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segunda-feira, novembro 28, 2011

Glossário Paranaense - pág. 02

Ibaiti - água da pedra
Imbaú ("emba-ú") - beber da bica, a bica.
Ibiporã (yby - terra e porang - bonito) - terra bonita
Icaraíma - duas versões: 1ª versão 'I(y)' - água, rio; 'cará' - peixe + 'emíma' - sem, portanto rio sem acarás ou rio sem peixes acarás. 2ª versão - Terra abençoada versão do IBGE.
Iguaçu - água grande
Iguaraçu - 1ª - (ü - gara - wa’su’’) - canoa grande; 2ª - ‘’Iguara’’ - poço, cacimba + ‘’açu’’ - grande, portanto poço grande
Iguatu ("ü (y)" - água, rio + "ka’tu (guatú)" - boa, bom, doce) - água boa ou rio bom.
Imbituva - muito cipó
Iporã - água bonita
Iracema - Em guarani - Lábios de mel; em Tupi - saída de mel
Irati - rio de mel
Iretama - colméia
Itaguajé - 1 - o atalho da pedra redonda; 2 - barulho das águas sobre as pedras
Itaipu - água cantante
Itambaracá - pedra do amor
Itambé - pedra afiada.
Itapejara - senhor do machado
Itaperuçu - caminho da pedra grande.
Itaúna - pedra negra
Ivaí - rio da flor ou fruta bonita
Ivaiporã - habitante do rio das frutas
Ivaté - elevado.
Ivatuba - grande pomar
Jaboti - persistente
Jaguapitã (yaguar: onça; e pitã: vermelha, pintada) - onça vermelha ou pintada.
Jaguariaíva (Tyaguariahibá): Rio da onça brava
Japurá - macaco da meia noite
Jataí - árvore de fruto duro
Jundiaí - rio dos bagres
Juranda - frutas que vem
Kaloré - terra fofa
Lapa - grande pedra
Mamborê - muito longe
Mandaguaçu - grande enxame
Mandirituba - lugar de muitas abelhas
Marumbi - 1 cilada; lagoa cheia de tábuas
Paiçandu - Ilha do padre ou do pai.
Paraná - Rio grande como o mar.
Paranapanema - rio sem peixe
Peabiru - caminho da grama amassada.

sábado, novembro 19, 2011

LHB - Caipora

Uma menina, Guivarra, nasceu numa tribo caiapó há muitos e muitos anos, era uma menina diferente, com poucos anos de idade já demonstrava poderes de cura, o pajé da aldeia não deu importância por algum tempo, até que ele próprio ficou doente e, diante de tantas tentativas e nenhum êxito, mandou chamar Guivarra. Quando a mesma chegou, ela, que já contava com seus 15 anos, disse não entender o que tinha o pajé, não parecia doença normal que ela já tivesse visto, porém olhando dentro de seus olhos percebeu o problema que era gravíssimo: O pajé tinha inveja de alguém muito próximo e isto estava se manifestando fisicamente e se ele não resolvesse logo o problema poderia até morrer.
Diante de tanta sabedoria o pajé se curvou diante de Guivarra e disse:
- Peço perdão, menina, não consigo evitar, o que você faz é serviço meu, não entendo como os nossos deuses permitiram que você nascesse com este poder e me negligenciaram este conhecimento, gostaria muito que você me ensinasse tudo o que sabe se for de sua vontade.
- Pajé, não tenho nada a ensinar, se estou lhe causando algum constrangimento, deixarei a tribo em breve, acho que meu destino está além destas matas, Tupã tem aparecido em sonho para mim, acho que ele quer que eu o siga, porque minha missão é muito maior do que curar nossos irmãos.
- Guivarra, se Tupã tem lhe visitado siga-o, eu mesmo duvidei quando fui chamado a cuidar dos nossos irmãos e minha vida se tornou um caos, somente quando aceitei o meu destino tudo fluiu como o ribeirão em seu leito.
- Obrigado pelo conselho, pajé, vou partir esta noite, se precisar de mim é só assobiar, eu ouvirei e retornarei para ajudá-lo.
- Obrigado, menina.
Guivarra, foi cumprir o seu destino. Em meio a floresta viu um caçador que estava prestes a assassinar uma família de onças-pintadas, a mãe e seus dois filhotes estavam encurralados. Guivarra foi na direção do caçador e disse:
- Pare!
- Quem é você?
- Eu sou Guivarra e ordeno que largue a sua arma!
- Você é uma índia, por acaso é dona da floresta também?
- Não, mas Tupã está comigo, não conseguirá me machucar.
- Vamos ver se este Tupã consegue desviar as minhas balas.
Mesmo com a mira certeira de quem já abateu centenas de animais o caçador não consegue acertar Guivarra, então mirou nas onças, mas diante de seus olhos elas desapareceram e para sua surpresa, as árvores não estavam nos mesmos lugares que estavam antes.
- Guivarra não é mesmo, que tipo de ser você é?
- Sou um ser que pratica a justiça - ela diz isto invisível ao olho do caçador que fica se virando constantemente tentando encontrar a origem da voz.
- Gostaria de saber por que você se importa com estes bichos? Eles não são nada, não significam nada, vivem para serem caçados por nós que somos seus superiores.
- Se você fosse superior entenderia que a família é a coisa mais importante do nosso planeta, obviamente você jamais entendeu o plano de Tupã, se você retornar aqui, eu retornarei e você não mais deixará estas matas.
Depois destas palavras o caçador se vê na entrada da floresta, onde teve a idéia de caçar pela primeira vez, com a lembrança da ameaça da feiticeira indígena, não mais retornou aquelas paragens.
O pajé da tribo caiapó havia morrido a muitos anos, mas tinha passado o recado de Guivarra a seus substitutos e um dia, o assovio ecoou pela floresta:
- Pajé, estou aqui como prometido.
- Você existe.
- Sim, você não é o Pajé Gunta.
- Não, eu sou o 3º substituto dele, o Hinor.
- Hinor, faz muito tempo que não venho aqui, não tinha idéia que eu podia viver tantos anos, o que você precisa?
- A nossa caça está sendo ameaçada pelo homem branco, estamos passando fome, porque o homem branco não respeita a família e a nossa caça está se extinguindo, quero que os expulse.
- Farei o que puder.
- Como devo chamá-la, infelizmente o seu nome se perdeu entre os sucessores daquele pajé.
- Hinor, o meu nome não é importante, mas se te satisfaz, adotarei um nome que vocês não esquecerão, um nome em homenagem a tribo: CAIPORA.
- Obrigado Caipora, espero que possa nos ajudar.
Caipora encontra o acampamento dos homens brancos e os vigia até o próxima caçada, quando o grupo se reúne para a próxima empreitada:
- Senhores, devo exigir que saiam da minha floresta!
- Quem está pedindo? Uma índia que nem porta armas?
- Sim, eu sou caipora e vocês já se esbaldaram com os meus animais, está na hora de deixá-los em paz.
- Como acha que poderá nos impedir.
- Filipe, acho que conheço esta índia.
- De onde George.
- Lembra da lenda do Alfredo.
- Aquele caçador que passou por aquele incidente a 200 anos?
- Sim, ele descreveu alguém parecido com esta índia.
- Como você mesmo disse, é apenas uma lenda.
- George, ninguém enfrenta um grupo de pessoas armadas com tal confiança.
- Certo, caipora, o meu amigo está com medo de você, mas eu não.
Diz isto e dispara, a bala transpassa caipora, mas não a fere, quando isto ocorre todos saem correndo, menos George:
- Que tipo de truque é este caipora?
- Faça o que eu disse, se você voltar ficará perdido para sempre na mata.
- Você deve gostar de algo, talvez possamos negociar.
- O que é isto que está saindo do seu bolso?
- É um pedaço de fumo, você gosta?
- Deixe-me experimentar.
Caipora faz um cigarro e diz:
- Parece bom, vamos fazer o seguinte se você me trouxer um pedaço disto todas as vezes que vier caçar poderá fazê-lo, mas com uma condição.
- Qual é?
- A de não matar fêmeas prenhas e nem filhotes, poderá abate apenas um animal por caçada, se desrespeitar o nosso acordo George, a minha promessa será mantida e você não mais retornará aos seus.
E como anteriormente havia ocorrido com aquele caçador há 200 anos, George se vê na entrada da floresta. Caipora caminhando pela mata encontra um javali, conversando com ele promete protegê-lo se o mesmo deixá-la andar em suas costas, oferta aceita de imediato.

quinta-feira, novembro 10, 2011

Glossário Paranaense

Abatiá - de abati ou ybatim - milho (por ubá ou ybá: fruto; tim: afilado, pontudo); e á: grão. semente. - Grão de Milho
Amaporã - costume bonito
Andirá - Morcego
Apucarana - semelhante a uma floresta imensa
Araponga - voz da ave
Arapoti - em tupi “época de camarão” em caingangue “campo florido”
Arapuã - Abelha redonda
Araruna - arara preta
Ariranha - onça d’água
Assaí - sol nascente
Astorga - Augusta
Atalaia - testemunha ou guardiã.
Bituruna - vem do tupi "bitur" (ybytur ou ybytyra), monte ou montanha + "una": negro: monte negro
Bocaiúva - Palmeira
Cambará - Folha seca de casca rugosa
Cambé (Caá significa mata, árvore e mbê, raízes aéreas) - A tradução literal seria zona da mata, não obstante a Enciclopédia dos Municípios do IBGE traduzir como "Passo do veado" porque a caça era abundante naquela região.
Cambira - um cipó de flor roxa, porém fontes não oficiais dão conta que “Cambi” significa leite de moça e “ira” significa fonte, nascente. Assim, Cambira significa fonte de leite de moça.
Candói - eu tenho a arma.
Capanema - mato que não presta, mato sem caça.
Carambeí - (carumbé = tartaruga; Y = Rio) Rio das tartarugas
Castro - Fortaleza
Catanduvas - Mato cerrado.
Corbélia - Pequeno Cesto
Curitiba - Muito pinhão
Curiúva - Muito pinheiro
Faxinal - campos abertos de matos curtos
Goioerê (ngoi + rê) - campo da água
Goioxim (ngoi, água e xim, pequeno) - água pequena.
Guairá - intransponível
Guairaçá - lobo d’água ou lontra.
Guamiranga - enseada vermelha
Guapirama - nascente
Guaporema - cipó mal cheiroso
Guaraci - O deus Sol
Guaraniaçu - Lobo do grande rio
Guarapuava - Local do uivo dos lobos
Guaraqueçaba - Pouso dos pássaros
Guaratuba - Muitos lobos

quinta-feira, novembro 03, 2011

Terapia Social II

Verônica acorda suavemente com uma balada do Elton John, esquenta o leite e vai pegar o cereal, percebe que acabou; então resolve tomar café na rua, perto da empresa, pede um pão com manteiga e um pingado enquanto abre seus grossos livros, dá uma espiada no relógio e vê que ainda tem tempo, quando chega o pedido, desgusta-o praticamente sem ver, levanta-se e vai para a "lida" como diria os antigos. Michael acorda com o seu vizinho trompetista, desde que se mudou para aquele condomínio sabia que não precisaria mais de despertador, Tadeu era um homem pontual exatamente às 7:30 da manhã começava a sua sinfonia que se Michael tivesse tempo saberia que duraria cerca de uma hora. Então veste a sua camisa que ele chamava de "jogadeira" e encaminha-se ao trabalho, sem café, esse negócio de tomar café da manhã é coisa de americano, estraga o apetite, Michael gostava de almoçar bem. Cerca de 10:00 horas da manhã Michael caminha pela empresa, levando um relatório a seu chefe, Michael era do DRH e o seu chefe havia pedido um relatório sobre uma funcionária de nome Verônica; está perdido em seus pensamentos quando dá um encontrão:
- Puxa vida, mil perdões moça.
- Não foi nada senhor. Michael.
- Eu...Eu...Eu... ainda não sei o seu nome.
- É Verônica.
- Isto é uma coincidência interessante.
- Por quê?
- Meu chefe, o senhor Cogliostro, pediu um relatório sobre você.
- É mesmo, será que ele vai me dispensar?
- Eu não sei, espero que não, pois trabalhando juntos quase não temos contato se você sair, talvez nunca mais a veja.
- Está tão ligado a mim assim?
- Não me entenda mal, Verônica, mas você é uma pessoa que sinto que posso confiar qualquer segredo.
- Puxa, acho que nunca ouvi isto antes sobre a minha pessoa.
- Que tal se almoçássemos hoje, aí poderíamos conversar melhor.
- Seria ótimo.
Na sala do chefe:
- Michael, espero que tenha mantido sigilo sobre este relatório.
- O senhor me conhece, senhor Cogliostro.
- É muito importante que esta conversa não deixe esta sala.
- Do que se trata senhor?
Mais tarde no almoço:
- Então, Michael, o que o seu chefe queria com o meu relatório?
- Não posso dizer.
- É coisa boa?
- Já disse, não posso dizer, meu emprego estaria em jogo.
- Mas é grave?
- Verônica!
- Tudo bem, deixa prá lá. Do que quer falar?
- Como vão os estudos?
- Vão bem, acho que estou pronta para passar no vestibular e cursar a faculdade de Direito.
- E você como vai com o controle da raiva?
- Acho que estou conseguindo lidar bem, agora já acho normal o meu vizinho começar a tocar trompete tão cedo.
- Ele faz isto é, acho que eu também ficaria nervosa se tivesse um vizinho assim.
- Você não parece ser o tipo de pessoa que criaria caso com um vizinho.
- Não, mas os meus são muito mais tranquilos. Você deu a entender que precisaria muito de mim. Do que você estava falando?
- Olha, de novo, não me entende mal, mas acho que pode salvar a minha vida, mas o meu interesse em você é só de amizade.
- Certo, então você não me acha desejável?
- Eu ofendi você?
- Não, acho isto natural, gosto de ter amigos, seria muito bom ter mais um.
- Então, não que você não seja desejável, mas como eu disse eu preciso me socializar para evitar este destempero que eu tenho.
- Entendo, não vai me contar sobre o relatório?
- Não.
- Que tal se você viesse jogar com a gente?
- Quantas pessoas tem neste "a gente"?
- Dez, quinze pessoas, depende de disponibilidade.
- Você não está em fase de estudo?
- Pois é, mas precisamos relaxar de vez em quando, senão a vida fica muito chata.
- Que jogo vocês jogam?
- Chama-se imagem e ação.
- Taí, seria ótimo fazer algo diferente. Aceito. Onde vai ser?
- Lá em casa, hoje às 7 da noite, está disponível?
- Sim, acho que vou adorar.
À noite, na casa de Verônica, a campainha toca:
- Oi Michael, não sabia que era tão pontual.
- É, eu sou assim, acho que é ansiedade. Não chegou ninguém?
- Não, mas na próxima meia hora o pessoal já deve estar aqui.
- Estou um pouco constrangido.
- É mesmo, por quê?
A campainha toca:
- Oi, Jussara, que bom que você veio, deixa eu apresentar o Michael.
- Como vai, Jussara?
- Michael, não é, de onde conhece a Verônica?
- Ah amiga, é uma história muito boa - Diz Verônica.




Continua