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sexta-feira, julho 18, 2014

Xadrez dos Deuses III

A viagem de ambos os deuses ocorreu sem percalços, mas alguém poderia perguntar, o que poderia acontecer com seres como eles, respondo que viajar no espaço é uma experiência longe de ser tranquila, é quase um milagre que não tenham passado por nebulosas, quasares, buracos negros ou se chocado cometas, o que poderia apenas atrasá-los em alguns milhares de anos, mas como disse não houve percalços:
- Javé, como é que vai garoto?
- Agora, muito bem Mazda, acho que faz uns mil anos que ninguém me chama de garoto.
- Sei como é isto, às vezes é um pouco chato ter tanta idade.
- Hey, Fale por você.
- Ah tá agora, vai querer me dizer que é mais novo do que eu?
- É claro que não, mas na me considero velho, sou apenas experiente.
- É claro que é.
- Sem ironia Mazda.
- Tudo bem, mas que lugar é este?
- Este lugar é conhecido como Passeio Público.
- Certo, mas achei que viríamos para a Terra.
- Estamos na Terra, Passeio Público é o nome do lugar e não do planeta. Eu te disse que viríamos jogar em uma praça, se lembra?
- Claro, mas então você prefere os humanos, em?
- Sim a fisiologia deles é mais simples e o instinto não faz tanta diferença na tomada de decisões, evidentemente com alguma evolução.
- É claro. Vamos pegar aquela mesa ali.
Os deuses distribuem as peças de maneira a poder iniciar a partida, Ahura Mazda sem paciência para arrumar as peças com as mãos, o faz com telecinese. Javé diz:
- Mazda, estamos no meu planeta, preferia que não chamasse atenção desnecessária para nós, senão poderemos não terminar o jogo.
- Disse isto por quê?
- É melhor que ajeitemos as peças com as mãos e também joguemos com elas para parecermos o mais normais possíveis.
- Seu povo não sabe da sua existência?
- Sabe, mas há uma pontinha de dúvida em cada ser humano, eu prefiro assim, pois posso caminhar entre eles sem chamar muita atenção.
O tabuleiro está organizado. Javé irá jogar com as brancas e Mazda com as pretas, Já vê faz o primeiro movimento. PE2-PE4:
- E aí Mazda o que achou do meu mundo?
- Parece um pouco vazio.
- É que são 6 da manhã, apenas poucos corajosos se aventuram a manter a saúde física e correr neste horário.
- Eles determinam horários para fazer as coisas?
- Sim.
- Você instituiu isto?
- Não isto é coisa deles, já disse não interfiro no livre arbítrio deles.
Mazda faz o primeiro movimento. PE7-PE5:
- Isto tem ajudado bastante, Zaratustra me perguntou sobre a nossa conversa e mencionei o tal livre- arbítrio, ele gostou tanto que disse que agora os nossos mundos funcionarão.
- Estou à disposição para uma consultoria, mas falando nisso ainda não apostamos nada neste jogo não é mesmo.
- Tem razão, o quer apostar?
- A julgar pelos primeiros movimentos, prevejo um jogo duro, então a recompensa deverá ser muito boa.
-O que tem em mente?
- Se eu perder, farei os seus mundos que com a minha experiências poderão funcionar, desde que me dê carta branca e assuma todos os atos que eu fizer.
- Parece uma ótima proposta, assim terei um pouco mais de tempo para mim e poderei aprender com o melhor, mas e se eu perder?
- Aí você fará um treinamento com Jesus e cuidará dos meus mundos pelo tempo que eu determinar, afinal faz muito tempo que não tiro férias, acho neste caso que você ganhará dos dois lados, em contrapartida para mim não mudaria praticamente nada com a minha derrota, mas com a vitória eu poderia espairecer um pouco e deixar de lado a preocupação com as minhas criaturas.
- Para mim está ótimo, está apostado.
Novo movimento de Javé CG1-F3.


Continua

sexta-feira, julho 11, 2014

Amnésia VI

No dia seguinte:
- Posso ajudá-lo?
- Claro eu sou o Pandiá, mas pode me chamar de Capricórnio.
- Certo senhor Capricórnio, eu sou o Lucas.
- Lucas, então, eu preciso falar com o dono do jornal, diga que o Capricórnio quer falar com ele.
Depois:
- Você não imagina o susto que tomei ao ouvir o seu nome, tive que tomar um pouco de água com açúcar, como pode você estar vivo, eu vi você no necrotério e agora está aqui na minha frente como se fosse um zumbi ressuscitado.
- Não posso responder a esta pergunta, na verdade eu esperava obter pistas com você.
- Comigo? – sente um desconforte, mexe na gravata. – O que eu poderia saber sobre isto, estou tão surpreso quanto você.
- O problema é que não me lembro de nada.
- Não se lembra? – mais aliviado – Mas como assim, chegou aqui dizendo o seu nome.
- É que encontrei um amigo e a minha esposa, então por isto sei algumas coisas.
- Tais como?
- Que trabalhei aqui neste jornal antes do incidente, pode me dizer como aconteceu?
- Posso lhe contar o que eu sei, você falou muito mal do secretário de segurança do estado por uma situação na região metropolitana da nossa cidade, um crime mal resolvido e quase esquecido, no qual muitos foram acusados injustamente, só para dar uma resposta a sociedade, acontece que depois de descoberta a farsa o crime foi esquecido, então você fez uma excelente coluna lembrando as obrigações da justiça em relação aos crimes hediondos. Coincidência ou não, no outro dia quando vim trabalhar fiquei sabendo do assalto.
- Assalto, então eu fui assaltado?
- Foi o que pareceu; você foi encontrado sem carteira, sem relógio, até o seus tênis foi roubados. Havia uma só testemunha.
- Havia?
- Sim. Havia, ela morreu de ataque cardíaco em um restaurante na hora do almoço.
- O que ela disse a respeito do assalto.
- Que você tinha sido atacado por 3 homens armados, que você teria conseguido desarmá-los, com uma técnica que achou se assemelhar ao Kung Fu, então com os três caídos, pegou o celular e ligou para a polícia, mas um dos bandidos recuperou a consciência e atirou em você na cabeça, depois os outros dois deram dois tiros cada um na sua fronte.
- Onde estava a testemunha?
- Em um prédio vizinho, ao testemunhar o assassinato, esta testemunha ligou para a polícia, falou sobre o ocorrido, mas não pode fazer os retratos falados, pois estava muito escuro para isto.
- Bom isto me ajuda bastante, pelo lado policial parece um caso simples.
- Sim, tanto que foi arquivado.
- Minha esposa me disse que foi arquivado porque eu tinha muitos inimigos e não sabiam por onde começar.
- Esta foi a justificativa dada à imprensa, quando o cerco se fechou contaram a história do assalto que parecia completamente plausível apesar de não acharem os culpados.
- Sabe quem era o delegado responsável na época?
- O Doutor Régis LaBanca.
- Bom, obrigado, pela ajuda, desculpe por ser tão direto, acho até que não me disse o seu nome.
- É, não disse mesmo, eu sou o Epaminondas.
Neste momento, Capricórnio tem um flash de memória:
- Se publicar esta matéria Capricórnio, você pode não passar desta semana.
- Por que está com tanto medo Epaminondas, por acaso foi ameaçado? Nós trabalhamos em um jornal, é nossa obrigação dizer a verdade para o público, se você não publicar, eu vou vender a matéria para o concorrente.
- Olha, Capricórnio, quem avisa, amigo é, vou publicar esta matéria, mas escute o que estou dizendo, isto será a sua sentença de morte.
- Epaminondas, nossa vida é perigosa desde que nascemos, não há o que temer.
Após isto se vê ainda cumprimentando Epaminondas, agradece pelo tempo do proprietário e sai, Logo depois na casa de Sheila:
- Como foi lá, querido?
- Foi estranho.
- Como assim?
- Tive uma longa conversa com o Epaminondas e depois tive um flash, sobre a publicação da matéria que, segundo ele me levou a morte.
Na redação do jornal:
- Alô, me passe com o LaBanca!
- Pois não senhor.
- LaBanca. - LaBanca, A águia ressuscitou.
- Tá brincando?
- Não, acabo de falar com ele.
- Como um homem leva cinco tiros na cabeça e sobrevive?
- Não tenho a menor ideia.
- O que disse a ele?
- Inventei uma história sobre um assalto.
- Acha que ele acreditou?
- Ele está sem memória, se você confirmar a história, acho que não teremos problemas.
- Sei uma maneira melhor de resolver isto.
- LaBanca, ainda não é hora de meter os pés pelas mãos.
- Epaminondas, agora você deixa isto comigo.
Na casa de Sheila:
- Acreditou nele?
- Por que não acreditaria?
- Não sei, ninguém me falou de assalto quando fui reconhecer o seu corpo, mas estava exatamente como ele descreveu, no entanto eu estava tão desesperada que nem perguntei coisa alguma, a minha dor era muito maior do que qualquer curiosidade.
Neste momento uma rajada de balas atravessa a janela levantando as cortinas, Pandiá percebe o perigo e se joga com a esposa para trás do sofá.


Continua.

quinta-feira, julho 03, 2014

LHB - À Procura de Giácomo

Sempre importante lembrar que LHB (Liga de Herois Brasileiros) é uma série de contos deste blog iniciado em setembro de 2011 a respeito da origem dos grandes heróis nacionais e suas ações em nosso país
- Parmênides, Parmênides!
- O que houve, Rui?
- Eles chegaram.
Logo:
- Parabéns pelo excelente trabalho, principalmente a Mara pela boa coordenação, onde está o Besouro:?
- Ele está comigo, chefe. – Diz Mara.
- Chamem o rodante, prefiro falar frente à frente com ele. Quero saber sobre as pistas que temos.
Mais tarde:
- Muito bem, quem quer começar?
Saci toma a palavra:
- Lá em Curitiba, eu soube de uma coisa curiosa, um vendedor de frutas garante que um italiano causou os tornados, quando perguntei como ele tinha tanta certeza, ele respondeu que era sensitivo. Então voltei a perguntar se tinha um nome pelo menos, ele disse que não.
- O quanto ele confiável, Saci?
- Sei lá, como qualquer jornal de imprensa marrom.
- Talvez esta pista não seja tão ruim assim.
- Porque acha isto Besouro?
- Iansã me disse que sabe quem está provocando os distúrbios climáticos.
- Ela chegou a lhe dizer quem era?
- Veja Parmênides, entidade como Iansã, não são tão claras quando falam, ele me disse que eu saberia onde procurar e a única pista que ela deu foi “o verdureiro está certo.”
- Tudo bem só conjecturas por enquanto. Mara?
- No Rio, me disseram que tudo começou do nada, como vocês mesmos me disseram parece que é um fenômeno geológico.
- Sabe que não é só isto, Mara; tive a informação de que a HAARP poderia provocar terremotos, para abrir vulcões seria um salto enorme, mas não podemos dizer que é impossível..
- Falando em salto, lembrei de uma coisa, um dos que salvei fazia salto em altura, ele disse que viu um sujeito fazendo estudos geológicos na avenida Atlântica dias antes da abertura das crateras.
- E por que isto é relevante?
- Porque o sujeito se chamava Giácomo e tinha sotaque italiano.
- Parece que nossas pistas estão nos levando a algum lugar, ele tinha a localização deste Giácomo.
- Não, a conversa foi totalmente formal, ele só soube o nome do sujeito porque o ajudante dele o chamou assim.
- Então não evoluímos muito. Curupira alguma coisa?
- As ondas do Ceará foram provocadas por um surfista.
- Como assim?
- Todo o pessoal da praia viu quando aconteceu, o surfista estava no mar sozinho e de repente vieram ondas gigantescas e todos correram.
- Alguém sabe sobre o tal surfista.
- Esta é a parte interessante, ele sumiu no meio das ondas.
- Quer dizer que se afogou?
- Não, ele sumiu no meio das ondas. Achei que fosse brincadeira também, mas todos confirmaram a história.
- Tudo bem, esta história levanta mais perguntas do que respostas. Caipora e com você, alguma pista?
- Acho que sim e é das boas, eu estava conversando com Tupã, então ele estava falando sobre algumas experiência como a que aconteceu na Amazônia, aí eu ouvi uma conversa na mata, isto tirou a minha conexão com Tupã, nesta conversa um sujeito que se chamava Giácomo estava muito bravo falou a pessoa que estava no telefone, vamos marcar uma reunião em São Paulo, vamos reagrupar, quem são estes heróis como eu vou negociar os pagamentos com as prefeituras se estes enxeridos resolvem todos os problemas que eu crio.
- Puxa, finalmente, agora temos um local e sabemos que é um italiano que se chama Giàcomo, mas precisamos de mais.
- Chefe, talvez eu tenha este “mais” que o senhor precisa.
Todos vão para a frente do computador:
- O que é isto que estamos vend, Rui?
- O local da reunião, isto piscando na tela é a HAARP.
- A HAARP tem um localizador?
- Tem, mas não estava funcionando até agora. A máquina está no ABC paulista, na cidade de Santo André.
- Mara você fica aqui para qualquer emergência, os demais vão para Santo André e localizem a máquina, mas antes disto duas coisas, primeiro pode ser uma armadilha, então muito cuidado e depois, apenas se certifiquem de que está lá, depois traçaremos o plano para buscá-la.
- Entendido. Alguma pergunta?
- Sim, já sabemos que está lá, o localizador está dizendo isto. Por que devemos retornar se podemos trazer a máquina?
- Sei o que estou fazendo Saci, vocês devem retornar.
- Já sei é uma daquelas informações confidenciais não é?
- Sim, Vão! Quando Todos saem. - Parmênides, esta nem eu entendi, eles podem trazer a HAARP, viu o que fizeram com os eventos climáticos.
- Mara, já disse, sei o que estou fazendo, não vou perder esta máquina por nada, se fizerem do meu modo, vamos resolver a situação, sei exatamente com quem estamos lidando, é como um jogo de xadrez, você pode achar que está próximo da vitória , mas se fizer um movimento errado, a partida ficará comprometida. Entendeu?
- Não tenho certeza.
- Faça o que eu mando e tudo vai dar certo.


Continua.