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quarta-feira, agosto 19, 2015

Mephisto II

Na clínica:
- Dr. Marcelo, não precisava vir tão cedo.
- Eu sei que não Dr. Bruno, mas eu quase não consegui dormir por causa das revelações do bar; ele está aí?
- Sim está.
Dr. Bruno está olhando para o monitor na sua sala que tem uma câmara de segurança que dá direto para o quarto de Mephisto, enquanto olha para o paciente vai dizendo:
- Sabe o que é interessante Dr. Marcelo?
- O quê?
- Ele disse que tem um equivalente, mandamos investigar, quero dizer, eu tenho um amigo na polícia federal, sabe, e localizaram as suas digitais, o sujeito que é dono das digitais mora no interior do Paraná e sabe do que mais, ele tem apenas 20 anos.
- Mas este homem tem pelo menos 40, e como pode ele estar no interior do Paraná, ele está aqui, estamos olhando para ele.
Neste momento Mephisto se levanta da cadeira e desaparece depois de 2 passos, deixando os doutores perplexos, eles correm desenfreadamente pelos corredores da clínica para o quarto de Mephisto e depois de uma procura minuciosa, inclusive imaginando que o sujeito poderia estar invisível, concluem que Mephisto desapareceu:
- Qual era o nome dele Dr. Bruno?
- Se lhe dissesse você não acreditaria.
Mephisto acorda dentro de um carro com a sua esposa dirigindo:
- Ei, finalmente, “belo adormecido”.
- O que aconteceu?
- Você pegou no sono.
- Tive um sonho estranho.
- É! “Sonho”!
- Você está estranha. Onde estamos indo?
- Visitar a minha irmã.
- Sim, a Soraia. Desculpe, mas só pra confirmar, você é a Jéssica não é?
A esposa olha para ele, descrente:
- Ainda acha que eu estou estranha, não se lembra do nome da sua mulher?
- Se eu te disser que não me lembro do meu nome.
- Sim eu sou a Jéssica e você é o Mephisto.
- Não, não é possível, Mephisto não é um nome.
- É claro que não, é codinome, assim como Jéssica, nunca dizemos nossos nomes verdadeiros. Podemos estar sendo vigiados. Você não está muito bem não é?
- Me diga, o que nós somos?
- Viajantes do tempo.
- Tá brincando?
- É claro que eu estou brincando, somos pessoas comuns, na verdade não tão comuns assim, trabalhamos para a polícia federal e estes nomes são codinomes.
- A Soraya também está nessa?
- É claro, ela foi presa por isto e nós a visitamos para coletar informações.
- Jéssica, eu viajei no tempo e encontrei a Soraya com 15 anos.
- Sei, e quando isto aconteceu?
- No início desta viagem de carro, passei 4 dias no ano de 1995.
- Você só pode estar doente. – pausa - mas agora que mencionou, quando mostrei uma foto sua para a Soraya, ela disse ter certeza que já havia visto você, exatamente como na foto em 1995. Ela disse que é uma coisa difícil de esquecer.
- Sim, porque eu a encontrei numa praça, logo depois de ter entrado neste carro para visitá-la.
Eles chegam ao presídio:
- Soraya, já conhece o Mephisto.
- É claro, você é o sujeito que apareceu para mim a cerca de 20 anos, como conseguiu viajar no tempo?
- Eu não sei, talvez você possa me dizer.
Neste momento tudo fica congelado, as pessoas estão paralisadas o relógio está parado, somente Mephisto e Soraya conseguem se mexer:
- Mephisto, é assim que você é conhecido não é?
- Sim. O que aconteceu?
- Você provocou um problema no espaço tempo.
- Como?
- A partir do momento que você apareceu em 1995, você mudou a vida de dois médicos, o Dr. Bruno e o Dr. Marcelo, você precisa consertar isto, porque senão, nós teremos um problema muito sério em 2015.
- Do que está falando?
- O Dr, Bruno curou um sujeito no ano 2003 de uma doença mental, ele descobriu um psicotrópico capaz de evitar alucinações e este homem virou Secretário Geral da ONU, por causa de sua interferência o interesse do Dr. Bruno mudou e ele passou a se dedicar em descobrir como funciona a viagem no tempo, tem que voltar e consertar isto, porque senão, se instaurará uma guerra nuclear na metade 2015, porque o secretário não irá se curar e não poderá negociar a paz entre as grandes nações, estaremos condenados.
- Soraya como você sabe tanto do futuro?
- Porque eu sou uma agente do tempo.
- Se você é uma agente do tempo porque não conserta isto?
- Você não entendeu, eu não posso consertar nada, somente o causador do dano tem poderes para evitar que ele fique maior ou para anulá-lo, posso apenas ciceroneá-lo.
- Então pode me dizer uma coisa?
- Sim.
- Como eu me chamo?
- Albert Einstein.
- Tá brincando?
- Não, Mephisto, você é uma das mentes mais brilhantes da história da humanidade, não poderíamos deixá-lo morrer.
- O que vocês fizeram?
- É chamada, engenharia genética de dados, baixamos a sua personalidade para o hospedeiro há anos você recebe todas as memórias dos hospedeiros e suas memórias anteriores são apagadas, então mantemos a sua inteligência e a usamos para monitorar o tempo, mas sempre ocorrem danos colaterais como lapso de memória, distúrbio de personalidade, mas você nos ajudou a criar a rede de vigilância temporal.
- E o nome Mephisto?
-Tem sido o seu codinome há muito anos, você o escolheu, disse que tinha um significado especial, quem somos nós para questionar uma mente brilhante como a sua.
- Certo e o que deu errado, desta vez?
- Na última viagem que fez ocorreu um erro de logaritmo e você perdeu a capacidade de se lembrar da missão.
- Que era?
- Incentivar o Dr. Bruno a encontrar este psicotrópico.
- Então eu comprometi a missão.
- Sim e terá de desfazer o dano.
- Como?
- Desta vez não haverá erros, você vai voltar a 1995, evitar que o seu equivalente seja tratado pelo Dr. Bruno, deve deixá-lo com alguém que seja cético, deve fazer amizade com o Dr. Bruno e incentivá-lo a pesquisar o psicotrópico.
- E quanto a você devo evitar o encontro?
- Não, foi por isto que entrei para a agência se evitar este encontro pode por tudo a perder, só estou falando com você por causa do encontro que tivemos.
- E qual o nome do remédio.
- Colinabinezol.
- Mais uma pergunta, como faz para o tempo parar assim?
- Senhor Einstein, isto foi criado pelo senhor, devia saber.
- Como eu viajo no tempo?
- Procure o senhor Guarabira lá na Delegacia da Federal, ele te dará as coordenadas.
Neste momento tudo volta ao normal e as pessoas voltam a se mexer:
- E então Soraia alguma novidade?
- Tá difícil de conseguir informações, mas acho que na próxima visita poderei ajudar mais, Jéssica.
Saindo do presídio:
- Mephisto você está com uma cara, aconteceu alguma coisa?
- Não, conhece alguém chamado Guarabira?
- Sim, é o diretor geral da PF.
- Você poderia me ajudar a falar com ele?
- Sim, o que você quer? Se demitir?
Mephisto olha com ar de indagação:
- Brincadeira, é que é muito estranho você quere falar com ele, não imagino que assunto tenha a tratar com ele, mas já que insiste.


Continua.