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segunda-feira, setembro 14, 2015

Poder de Cura II

- Então Senhor Amarillo, nem sei por onde começar, como consigo ver você, você está morto não está?
- Tenho muita coisa para te dizer, digamos que esteja certo quando diz que sou seu amigo imaginário é mais fácil do que dizer como consigo me comunicar com você.
- Mas então tente.
- Todos nós temos o que podemos chamar de antena, ou seja, uma ligação com o mundo espiritual, antes de morrer ativei a sua antena, por isto estamos nos comunicando.
- Certo, então por que eu, poderia ser qualquer outro, não é?
- Na verdade Bóris, não poderia, eu vi a sua aura, sei que você é a pessoa certa, vai entender, quando chegar a sua hora.
- A minha hora de que?
- De desencarnar, pois terá que passar pelo mesmo processo que passei.
- Deixe-me ver se entendi, você me passou um poder de cura.
- Sim.
- E quando eu estiver próximo da morte vou saber porque terei que encontrar alguém para ficar no meu lugar.
- Correto.
- Como sabe disto, como recebeu este poder?
- Olha Bóris, eu o recebi quando estava caminhando no meio de Santiago, alguém esbarrou em mim e disse que finalmente havia me encontrado e então poderia descansar em paz.
- Quem era ele?
- Eu tive muita dificuldade para descobrir, mas ele era um turco chamado Mohamed Assad, soube muito pouco dele, apenas que tinha poder de cura e depois de muito tempo descobri que também tinha, pois percebi que não havia mais adoecido depois do contato e que todas as pessoas que se sentiam indisposta, gripadas e com doenças de todas as formas eram curadas por mim ao simples toque, de início achei que fosse coincidência, mas depois do vigésimo curado, passei a acreditar.
- Ele conversou com você, como você está conversando comigo.
- Não, não foi necessário, entendi muito rápido o que deveria fazer, virei um curandeiro e ajudei centenas de milhares de pessoas.
- Mas por que então está conversando comigo.
- Porque eu sei o que está se passando com você, nunca teve uma oportunidade na vida, acha que foi um acidente o seu nascimento, cometeu vários crimes, sempre em busca de riqueza e conforto, acredite isto precisa mudar se quiser manter o dom, se usá-lo de forma errada ele se voltará contra você e talvez se perca para sempre.
- O que está dizendo, que não saberei usar o meu dom?
- O dom não é seu Bóris, é uma dádiva passada de geração a geração, vou ficar com você até que aprenda a usá-lo e então o deixarei para tomar suas próprias decisões, mas não estarei contigo o tempo todo venho te visitar de tempos em tempos para saber como está.
- Tudo bem, o que devo fazer agora, abrir uma tenda.
- Onde acha que deve ir? Onde estão os doentes?
- Nos hospitais.
- Sim, pode começar por aí, esta semana voltaremos a conversar.
Logo, o telefone toca:
- Oi Jamil.
- E aí Bóris.
- Você não tem ideia do que conversei com o Virgílio.
Depois na casa de Jamil:
- Então, o que vai fazer, vai virar um curandeiro, abrindo uma tenda e saindo por aí cobrando das pessoas que estão doentes.
- Eu não sei, mas não seria uma má ideia.
- Sério que está pensando nisto.
- Sei o que estou fazendo.
Bóris tem uma ideia interessante, vai até o hospital da cidade e conversa com o diretor:
- Senhor Bóris, o senhor é médico?
- Não.
- Tem curso de enfermagem, patologia clínica ou algo laboratorial.
- Não.
- Por que o senhor acha que seria útil a um hospital.
- É mais fácil mostrar do que falar, me leve ao seu pior paciente, o de pior estado no hospital.
- Senhor, desculpe meu ceticismo, mas o que acha que pode fazer por ele.
- Como é mesmo o seu nome senhor diretor?
- ´Carlos Ruiz.
- Senhor Carlos o que você verá hoje, mudará a sua compreensão de vida. O que o senhor tem a perder.
Na UTI do hospital:
- Este paciente tem câncer de cérebro, já houve falência do rim e seu cérebro é uma grande gelatina tem poucas horas de vida, a sua família é muita rica, já recomendei desligarem os aparelhos, mas não aceitaram e disseram que se o fizéssemos fechariam o hospital.
- Vamos fazer o seguinte, quando eu disser, você vai desligar os aparelhos, garanto a você que ele vai sobreviver.
- E se não der certo?
- Quanto tempo ele tem sem os aparelhos?
- 3 no máximo 4 minutos.
- Antes disto eu darei o sinal para ligarem de novo se não der certo.
E assim foi feito, Bóris pegou na mão do paciente, fez o sinal para o médico, os aparelhos foram desligados; o paciente sentiu uma energia subindo por sua mão e a percorrer o seu corpo todo e logo se levantou, perguntando quanto tempo havia dormido. Todos ficaram estarrecidos e o hospital ficou sabendo do curandeiro em poucos minutos. Após vários exames, perceberam que não havia mais câncer no cérebro que o rim havia se recuperado e que tudo estava em ordem com o paciente e que na verdade poderiam até lhe dar alta naquele mesmo momento. Logo depois no escritório do diretor:
- Como fez aquilo senhor Bóris, este paciente está com a gente há muitos anos e você só o tocou e ele ficou bom.
- Olha Carlos, já disse tinha que mostrar porque se eu contasse você não iria acreditar.
- O que me leva a grande pergunta, por que veio aqui senhor Bóris.
- Eu quero um emprego.
- Um emprego, mas como vou empregá-lo, não tem nenhuma credencial para medicina.
- Já viu o que posso fazer, dê um jeito de me aceitarem e prometo a vocês que seu hospital será o mais famoso do mundo.
Os olhos do diretor brilharam e ele prometeu pensar no assunto:
- Não demore muito, posso ir para outro hospital.
Carlos pensa muito no assunto, conversa com amigos, com a diretoria e até com religiosos a respeito do curandeiro, ouve as opiniões das mais diversas e resolve aceitar a proposta de Bóris.

Continua.