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quinta-feira, junho 25, 2015

Amnésia VIII

- Tá me dizendo que sou um tipo de protótipo?
- Sim, na verdade você seria o primeiro de muitos, mas acabou sendo o único.
- Tem certeza disto?
- Tenho sim, com o Francisco morto a sua pesquisa está perdida.
- Será que ele não me disse onde colocou as suas anotações.
- Irrelevante, você não é o Pandiá, não teria como lembrar.
- Mas podíamos tentar.
- O que tem em mente?
- Conhece algum hipnólogo?
- Sim, acredita nisto?
- Não, mas é a melhor chance que temos.
- Tudo bem, não temos nada a perder, mas é importante ressaltar que mesmo que achemos as anotações do Francisco a linguagem é científica, não sei se poderemos dar continuidade ao seu trabalho.
- Nos preocuparemos com isto quando tivermos as anotações.
Andando pelas ruas de Curitiba encontramos nossos amigos diante de uma placa preocupante:
- “Vidas passadas, memórias trancadas, abduções, neuroses e tudo o que sua mente tem feito para te escravizar pode ser resolvido por mim, Lécito Penópolis – sem reembolso.”
- É aqui.
- Lécito Penópolis, o cara é grego?
- Sei lá, só sei que ele é hipnólogo.
Na sala de Lécito.
- Que história mas confusa, tem certeza que me contaram tudo?
- Claro, queremos que nos ajude senhor Lécito.
- Não sei se posso, se o que me disse é verdade a memória dele não irá alcançar além daquele dia em Rondônia.
- Mas o ponto é a vida passada, no caso dele a sua vida passada é o Pandiá.
- Tem razão, não tinha pensado nisso, vamos lá.
Lécito coloca Capricórnio em posição, faz ele dormir e dá as seguintes ordens:
- Capricórnio retorno 10 anos, onde você está?
- Com a minha esposa Sheila.
- Em casa?
- Sim, estamos vendo uma comédia na TV, é muito engraçado – começa a rir desontroladamente.
- Capricórnio ande pelo tempo e encontre o seu irmão Francisco.
- Ele está conosco na Sala.
- Certo, se fixe nele e tente lembrar quando conversaram sobre o trabalho dele.
- Sim, estamos falando sobre isto, ele diz que conseguiu fazer algo que vai mudar a história da humanidade, mas não quer me dizer do que se trata.
- Tente insistir e lembrar quando conversaram sobre a sua pesquisa.
- Conversamos sobre isto há um ano atrás, ele disse que não pode me fornecer detalhes técnicos porque eu não entenderia.
- Ele disse se tem isto guardado em algum lugar?
- Disse que está no lugar mais seguro do mundo, a sua cabeça, nâããããããoooooooooooooo.
- Capricórnio o que está acontecendo.
- Não, maldito, não faça isto, ele é meu irmão, canalha, malçdito.
- Capricórnio concentre-se na minha voz, o que está acontecendo.
- Alguém nos abordou na rua e atirou no Francisco ele está nos meu braços sangrando muito, está me dizendo que tem uma pessoa que pode continuar a pesquisa e que poderia encontrá-la no galpão da sua casa, ele morreu.
- Capricórnio, ta tudo bem, podemos continuar?
- Sim.
- Vá até o galpão e encontre esta pessoa.
- Consegui encontrei-a, Francisco? Você está morto!
Na sala de Lécito a Sheila olha assustada para o hipnólogo:
- Capricórnio, quem morreu?
- O Francisco.
- Com quem você está no galpão?
- Com o Francisco.
- Qual deles é seu irmão?
- Os dois.
- O que está acontecendo? – pergunta Sheila.
Capricórnio está tremendo.
- Está me dizendo que tem 2 Franciscos.
- Sim.
- Pode me explicar como isto é possível.
- O Francisco está me dizendo que fez um clone de si mesmo e que quem morreu nos meus braços foi o clone dele e que a pesquisa está a salvo.
- Podemos continuar?
- Sim, vá até o dia da sua morte.
- Sim estou aqui.
- O que está havendo?
- Alguém está no laboratório do meu irmão Francisco.
- Quem está lá?
- Sou eu.
- Como assim.
- Meu irmão me perguntou como eu tinha ido parar lá e eu respondi que não poderia deixá-lo naquela situação.
- Que situação?
- Eu fui contratado para matá-lo e roubar a sua pesquisa, chego a apontar a arma para a sua cabeça, mas digo para ele me salvar e dou um tiro na minha fronte e tudo fica escuro.
- Capricórnio onde você está?
- Estou no escuro, uma pessoa vestida de branco vem em minha direção me coloca num veículo e me leva até Rondônia na Pensão Sardinha e me deixa lá para que eu acorde na minha nova vida.
- Como é o veículo?
- É feito de nuvens ele coloca um aparelho na minha cabeça diz que é um instrumento que me fará esquecer da minha vida passada.
- Capricórnio quando eu contar até três você vai retornar para nós, um, vem retornando, 2 está mais perto, 3, despertar.
Capricórnio acorda:
- E aí deu certo?
- Você não tem idéia.


Continua.