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quarta-feira, agosto 26, 2009

Talento

"Este crioulo acaba de bater o recorde mundial dos 100 metros rasos" Frase do professor de Educação Física de Jesse Owens, na oportunidade Jesse corria de terno e sapatos.

A oportunidade havia surgido. Guimarães era conhecido como o "Cérebro das Máquinas" sempre sendo a referência dos colegas de faculdade, algumas vezes até ensinando os professores dúvidas sobre informática. A empresa de carros Flecha Vermelha precisava de um novo sistema para operações das máquinas que construía seus automóveis. Ficaram sabendo da existência de Guimarães que infelizmente era menor de 21 anos, por isto não podia ser contratado imediatamente, então Silas apareceu para conversar com Felix o pai de Guimarães:
- Senhor Guimarães...
- Pode me chamar de Felix.
- Senhor Felix, eu tenho aqui uma proposta de emprego para o seu filho, queremos que ele assuma o projeto de construção de protótipos, ouvimos muito falar da sua criativa e competência, por isto queremos, por assim dizer, comprar o seu passe.
- E de quanto estamos falando senhor Silas?
- Estamos de falando de uma cifra em dólar em torno de 225 mil mensais, mais bônus e participação nos lucros, então gostaríamos que o senhor analisasse a proposta e nos desse um retorno em no máximo 10 dias.
- Eu entrarei em contato senhor Silas.
Como não poderia deixar de ser, apesar de toda a capacidade já citada de Guimarães, ele era totalmente irresponsável, algumas vezes ficava dias sem aparecer em casa e para desespero do senhor Felix, esta ocasião foi uma das quais o mesmo desapareceu, não podendo falar com o seu filho, nem mesmo por celular, conversou com a sua esposa e resolveu aceitar a proposta da empresa, o grande problema seria fazer Guimarães cumprir este contrato. Tudo acertado Félix foi bem claro com Silas:
- Senhor Silas, quero deixar uma coisa clara, infelizmente nosso menino não tem a responsabilidade que se espera de uma pessoa da sua idade, diante disto digo de antemão que os senhores terão problemas com ele.
- Senhor Félix, lidamos com pessoas deste tipo o tempo todo, sabemos o que fazer para que ele crie responsabilidade.
Após algumas semanas ainda sem notícias do filho o telefone tocou:
- Oi pai.
- Menino de Deus, onde você se enfiou, veio uns caras aqui para te contratarem, assinei o contrato por você, mas fiquei com a cara no chão porque você não apareceu para analisar a proposta deles.
- Pai, obrigado por ter feito isto, já estou aqui na empresa desenvolvendo o projeto do Cérberus 100, graças ao senhor tenho um direcionamento na vida.
- Você não me perca este emprego menino, senão eu mesmo vou atrás de você para te encher de porrada, em.
- Pai, não se preocupe, agora vou levar isto a sério.
Alguns anos antes:
- Ih nosso carrinho quebrou de novo.
- Porque você não leva para o Guimarães ele arruma para você.
- Mas será que é muito caro?
- Ele não cobra nada, é só ir lá brincar com ele e seu carrinho vai estar novo em folha.
Logo depois:
- Dona Fátima, o Guimarães pode vir brincar.
- Claro. Guimarães - ela solta o grito.
- Oi mãe.
- Seu amiguinho veio brincar com você.
- Então vou brincar, mãe.
- Tá bom.
- Oi Teobaldo, vamos lá.
- Oi Guimarães, eu soube que você conserta carrinhos.

segunda-feira, agosto 17, 2009

Administração do tempo

Este é um problema difícil de equacionar. Primeiro de tudo é importante saber: o dia só tem 24 horas, não se estica além disso. Aceite isso, não é apenas um dogma, é fato. Diante disto devemos obter uma linha de prioridades. O que é mais importante? O que eu gosto de fazer? O que é minha obrigação fazer? Onde devo gastar o meu tempo? Para responder estas questões somente você, leitor, poderá definir através do seu senso de prioridade o que é mais importante. Posso dar um direcionamento. Um pequeno exercício: Será que devo trabalhar ou devo me divertir? Se você conseguir unir as duas coisas melhor para você, mas, via de regra, não assim, então a sequência lógica é "devo trabalhar para que eu possa me divertir", ou seja, sem trabalho não há dinheiro, sem dinheiro não há diversão. É necessário ter tempo para tudo, mas principalmente para as necessidades básicas, não dá para não dormir, não dá para deixar de comer ou deixar para lá as coisas comuns do dia-a-dia, como a higiene pessoal.

É imprescindível arrumar tempo para as pessoas, por quê? É muito simples, se você não tiver tempo para elas, elas não terão tempo para você e a situação não poderá ser remediada com presentes, pois nada substitui a conversa, a relação humana, o sorriso, o carinho e tudo o que ser humano pode dar ao se fazer presente diante de uma pessoa querida. Se você priorizar o trabalho, talvez resolva uma única coisa na sua vida: a falta de dinheiro, digo talvez porque por muitas vezes, nem o fato de trabalhar bastante faz com que a pessoa tenha muito dinheiro. Se você der prioridade ao ócio, com certeza lhe faltarão dinheiro e confiança das pessoas no que se refere à responsabilidade. Tudo o que foi dito acima pode ser feito em um único dia, basta um pouco de organização, responsabilidade e tolerância. Esta última é uma das qualidades mais importantes de quem quer administrar muito bem o seu tempo. Estamos vivendo uma época de extrema intolerância: religiosa, étnica, de opinião e principalmente de convivência, ninguém mais tem tempo para ninguém, nem para os amigos, nem para as esposas e esposos, nem para os pais, nem para os filhos e após perderem muito tempo de suas vidas, percebem, tarde demais, muitas vezes após a morte de seus entes queridos, que poderiam ter gasto melhor o seu tempo convivendo com os seus.

Vale a regra do essencial, importante e ocasional. Essencial: é o que não pode ser deixado de lado, pois as consequências imediatas podem lhe trazer sérios problemas. Importantes: são coisas que devem ser feitas, mas não são tão urgentes, mas não devem ser esquecidas. Ocasionais: são coisas que podemos fazer mas se não fizermos não haverá consequências tão grandiosas. Para dar bons exemplos: É essencial que você trabalhe; É importante que você tire férias; comer num restaurante caro é ocasional. Se você não inverter estes valores com certeza estará administrando bem o seu tempo. Voltarei a falar no assunto mais tarde.

sexta-feira, agosto 07, 2009

Arquétipos

Todos temos nossos ídolos até os iconoclastas têm os seus, o que é mais importante ressaltar é que a admiração não deve ir além do senso comum. É normal que se admire celebridades, grandes políticos, pilotos, jogadores de futebol, cantores etc. Mas imaginar que são mais do que meros seres humanos é um raciocínio absurdo. Sabemos que há seres humanos diferenciados, citando exemplos clássicos: Jesus, Buda, Maomé, Gandhi e tantos outros como Madre Theresa. Mas por vezes vejo seres inferiores sendo endeusados, como Madona, Michael Jackson, Romário Vin diesel, Berlusconi e por aí vai. Não quero criar nenhuma briga com ninguém, mas são seres humanos comuns e a não ser que uma pessoa se destaque em várias áreas não merece ser chamado de diferenciado ou mesmo "deus" de determinada categoria, acho que a palavra correta deveria ser arquétipo que por definição é um modelo, alguém em quem você pode se mirar, talvez um patamar a ser atingido; então você admirar o Michael Jackson e se mirar nele para tornar-se um grande dancarino é correto, também pode admirá-lo pela plástica de seus movimentos, mas não que você não seja digno de sentar numa mesa de restaurante com ele, isto na época que ele estava vivo é claro. Pode-se admirar o Pelé que foi praticamente perfeito em termos de futebol e tentar através de seus ensinamentos chegar perto da sua genialidade, mas as vezes isto é estrapolado, deixa-se de fazer qualquer coisa para ver o ídolo, é necessário pesar numa balança imaginária o que é mais importante, a família, o emprego, os filhos, pagamento de contas, a sua religião, o seu sono, a sua fome, quanta coisa é mais importante do que estar presente para ver um ídolo, isto são sintomas psicológicos graves de abandonar tudo pela possibilidade de ver uma pessoa que nem sabe que você existe e correndo riscos desnecessários para satisfazer um prazer efêmero. Também tenho meus ídolos, mas sei muito bem que espaço ocupam na minha vida, apenas de exemplos, arquétipos e eventualmente, quando não estiver nada mais importante em jogo, posso me dar ao luxo de vê-los, ouvi-los e por que não admirá-los, como disse no outro texto, "os ídolos assim como o dinheiro são importantes, mas não devem ter toda a importância".

Em busca do pé de coelho III

- O que sabe sobre Gustave Baudelaire?
- Estou no escuro tanto quanto você, Jamil.
- Bem, então será mais difícil do que pensávamos.
- Talvez não, se você fosse um terrorista e quisesse causar um grande estrago aonde você iria?
- À capital do país é claro.
- Mas neste caso acho que ele foi para a capital do Estado.
- Assim seria mais fácil de passar despercebido; como deve saber a nossa capital tem mais de dois milhões de habitantes, é como achar uma agulha num palheiro.
- Pode ser, mas não deve ser muito difícil de encontrar um negro retinto falando com sotaque francês, isto chamaria a atenção até dos mendigos da cidade.
- Então use a sua mágica e me encontre em duas horas no centro da cidade.
- Claro, mas o que você vai fazer?

- Tenho que dar uns telefonemas, conheço caras que conhecem caras, isto talvez facilite o nosso trabalho.
Vidigal sai em busca de pistas, usa suas credenciais, magistralmente construídas a ponto de serem confundidas com as verdadeiras, e depois de perambular por quase toda a hotelaria da cidade encontra nada mais, nada menos que 10 Gustaves Baudelaires, nem todos com a mesma grafia, é claro, mas o suficiente para confundir; pensa consigo "Esses brasileiros são uns loucos, que mania de estrangeirismos até em nomes." Enquanto isto, Jamil "Coelho" Martins está tentando com seus contatos pistas sobre o paradeiro do senegalês:
- Gustave Baudelaire, este é o nome do senegalês, em quanto tempo você me dá uma respostas.
- 15 minutos.
- Ótimo te ligo em 15 minutos.
Uma grande confusão foi armada no hotel Decourt por Gustave Baudelaire, havia uma reserva para este nome, mas aparecerem dois homônimos e um deles se revoltou por não conseguir o quarto que havia reservado, mas depois de visualizar os dois brigões, Vidigal desistiu, nenhum deles era negro.
- Xerxes e aí? Conseguiu alguma coisa?
- Jamil, as coisas que você me faz fazer. Encontrei um Gustave Baudelaire com a descrição que você me deu, senegalês de nascimento, agente federal do governo Francês por 25 anos; desertou há 2 e nunca mais se soube dele, até a tarde de ontem, quando o nome dele apareceu como suspeito de um roubo de um dispositivo que foi apelidado de pé de coelho, por que o cientista se achou sortudo por inventar uma tecnologia improvável a nossa realidade, mas também é conhecido como nuvem de prata, este outro nome foi dado para evitar processos dos produtores de missão impossível.
- Você está lendo isto num registro? É que isto não parece sério.
- Sim e é muito sério; também não diz do que se trata; se é bomba, motor de carro, roda de bicicleta, parece que é segredo até para quem trabalhou lá dentro, somente quem fez é que sabe o que o dispositivo realmente faz.
- E como é o nome do gênio que bolou esta engenhoca?
- Virgílio Dante da Cruz.
- Este nome é bem complexo e histórico. Mas onde está o Gustave Baudelaire?

- Foi visto a última vez na Capital, mas não se sabe ao certo onde.
- Isto eu já sabia, se souber de algo mais me avise?
- Certo Jamil, tenho que desligar, minha mulher acabou de me ligar, acho que a minha sogra sofreu um acidente automobilístico e tenho que correr para o Hospital Jhivago.
- Certo, até logo Xerxes.
Na hora combinada:
- Esta praça é muito grande, devíamos ter determinado um ponto nela para nos encontrarmos.
- Como bom detetive, você não deveria ter dificuldades para achar uma pessoa.
- E não tenho; eis o nosso homem - Diz isto apontado para um negro de terno caminhando a frente deles.
- Puxa você é bom mesmo, em?
- Obrigado, mas tive que abordar muitos Baudelaires até achar o certo.
- Sabe onde ele está hospedado?
- No Roma Lux Hotel, quarto 702.
- Hoje ele vai receber uma visita inesperada.

Continua

terça-feira, agosto 04, 2009

É preciso coragem para mudar

A mudança só ocorre diante de determinados fatores: a pessoa precisa saber para onde vai, ou seja objetivo; a pessoa precisa ter o caminho, ou seja, o projeto; a pessoa precisa ter a oportunidade de ir; mas principalmente a pessoa precisa querer ir e para isto precisa de coragem.
Por mais que se haja reclamações a respeito das próprias vidas, infelizmente o último requisito mencionado é o que mais evita o crescimento, em qualquer que seja a área, da pessoa em si. Vejam só, quantas vezes nos deparamos com pessoas que reclamam da vida, da falta de oportunidade ou da sorte das outras pessoas em detrimento de sua vida pessoal. Mas ao consultarmos os motivos fatalmente encontraremos culpas próprias, muitas vezes ouve-se- "Eu preciso mudar! Eu preciso crescer, Eu preciso ganhar mais dinheiro", mas a bunda continua crescendo no sofá, enquanto não perde um capítulo da novela, ninguém quer se esforçar, ninguém mais quer trabalhar, ninguém mais quer estudar, ninguém mais quer mudar, esperam que as coisas aconteçam sem nenhum planejamento, sem nenhum objetivo e sem nenhuma coragem, a única coragem que estas pessoas tem é de falar mal dos outros ou de amaldiçoar a própria sorte por não ter as mesmas oportunidades que outros que trabalharam, planejaram e tiveram coragem para sair da situação adversa. Vamos dar exemplos para não ficar uma ideia difícil de captar:
- Um homem precisar aprender a jogar gamão, quais seriam os passos, 1º objetivo já sabe qual é: aprender a jogar gamão; caminho: procurar as regras, encontrar um tabuleiro e também um adversário; a oportunidade, pode ser num clube, na sua casa, na casa do amigo ou até mesmo num campeonato e o último transformar tudo isto em realidade, fazer sair do papel, da cabeça ou onde quer que tenha planejado, sem isto este homem jamais aprenderá jogar gamão e sempre vai ficar reclamando da sua má sorte em não conhecer este jogo. Ora, parece tão simples, mas alguns tratam a vida desta forma culpando a todos pelos seus infortúnios, menos a si próprio, pois ninguém tem coragem de dizer o quanto é preguiçoso para realizar determinadas tarefas. Vamos mais longe.
- Uma mulher pensa em abrir um negócio, uma confeitaria vamos supor: Objetivo: confeitaria; caminho: projeto, pesquisa de mercado, um sócio com capital, cursos ou conhecimento da área, preços de fornecedores e possíveis clientes, quantidade de empregados necessários e por aí vai; oportunidade: sede do estabelecimento que deve ser num local vendável, não adianta abrir uma confeitaria no meio da serra, um preço propício dentro do orçamento, um local com pouca ou nehuma concorrência, mas com potencial para vendas, o recebimento de uma grande quantia em dinheiro para investir e por último mas não menos importante: coragem, o quadro parece totalmente propício, mas será que não é melhor comprar um carro do ano ou comprar um casebre no subúrbio da cidade?
É muito mais fácil ter pena dos infelizes e incapazes que não conseguem acertar a sua vida, mas também é muito melhor saber quem realmente merece ser ajudado, quem luta até o último de sua existência para criar oportunidades e as aproveita, esses dá gosto ajudar. Aos preguiçosos "que acostumem-se a lama que os espera" Augusto dos Anjos.