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sexta-feira, agosto 07, 2009

Em busca do pé de coelho III

- O que sabe sobre Gustave Baudelaire?
- Estou no escuro tanto quanto você, Jamil.
- Bem, então será mais difícil do que pensávamos.
- Talvez não, se você fosse um terrorista e quisesse causar um grande estrago aonde você iria?
- À capital do país é claro.
- Mas neste caso acho que ele foi para a capital do Estado.
- Assim seria mais fácil de passar despercebido; como deve saber a nossa capital tem mais de dois milhões de habitantes, é como achar uma agulha num palheiro.
- Pode ser, mas não deve ser muito difícil de encontrar um negro retinto falando com sotaque francês, isto chamaria a atenção até dos mendigos da cidade.
- Então use a sua mágica e me encontre em duas horas no centro da cidade.
- Claro, mas o que você vai fazer?

- Tenho que dar uns telefonemas, conheço caras que conhecem caras, isto talvez facilite o nosso trabalho.
Vidigal sai em busca de pistas, usa suas credenciais, magistralmente construídas a ponto de serem confundidas com as verdadeiras, e depois de perambular por quase toda a hotelaria da cidade encontra nada mais, nada menos que 10 Gustaves Baudelaires, nem todos com a mesma grafia, é claro, mas o suficiente para confundir; pensa consigo "Esses brasileiros são uns loucos, que mania de estrangeirismos até em nomes." Enquanto isto, Jamil "Coelho" Martins está tentando com seus contatos pistas sobre o paradeiro do senegalês:
- Gustave Baudelaire, este é o nome do senegalês, em quanto tempo você me dá uma respostas.
- 15 minutos.
- Ótimo te ligo em 15 minutos.
Uma grande confusão foi armada no hotel Decourt por Gustave Baudelaire, havia uma reserva para este nome, mas aparecerem dois homônimos e um deles se revoltou por não conseguir o quarto que havia reservado, mas depois de visualizar os dois brigões, Vidigal desistiu, nenhum deles era negro.
- Xerxes e aí? Conseguiu alguma coisa?
- Jamil, as coisas que você me faz fazer. Encontrei um Gustave Baudelaire com a descrição que você me deu, senegalês de nascimento, agente federal do governo Francês por 25 anos; desertou há 2 e nunca mais se soube dele, até a tarde de ontem, quando o nome dele apareceu como suspeito de um roubo de um dispositivo que foi apelidado de pé de coelho, por que o cientista se achou sortudo por inventar uma tecnologia improvável a nossa realidade, mas também é conhecido como nuvem de prata, este outro nome foi dado para evitar processos dos produtores de missão impossível.
- Você está lendo isto num registro? É que isto não parece sério.
- Sim e é muito sério; também não diz do que se trata; se é bomba, motor de carro, roda de bicicleta, parece que é segredo até para quem trabalhou lá dentro, somente quem fez é que sabe o que o dispositivo realmente faz.
- E como é o nome do gênio que bolou esta engenhoca?
- Virgílio Dante da Cruz.
- Este nome é bem complexo e histórico. Mas onde está o Gustave Baudelaire?

- Foi visto a última vez na Capital, mas não se sabe ao certo onde.
- Isto eu já sabia, se souber de algo mais me avise?
- Certo Jamil, tenho que desligar, minha mulher acabou de me ligar, acho que a minha sogra sofreu um acidente automobilístico e tenho que correr para o Hospital Jhivago.
- Certo, até logo Xerxes.
Na hora combinada:
- Esta praça é muito grande, devíamos ter determinado um ponto nela para nos encontrarmos.
- Como bom detetive, você não deveria ter dificuldades para achar uma pessoa.
- E não tenho; eis o nosso homem - Diz isto apontado para um negro de terno caminhando a frente deles.
- Puxa você é bom mesmo, em?
- Obrigado, mas tive que abordar muitos Baudelaires até achar o certo.
- Sabe onde ele está hospedado?
- No Roma Lux Hotel, quarto 702.
- Hoje ele vai receber uma visita inesperada.

Continua

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