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terça-feira, agosto 11, 2020

LHB – O Sequestro

Parmênides saiu do escritório em um daqueles dias em que se questiona se escolheu realmente a profissão certa, praticamente tudo tinha dado errado: foi questionado sobre a sua competência em gerir os casos; seus agentes estavam sem pistas; as operações pareciam tiros n’água; a missão sobre a HAARP estava estacionada e apesar de ser prioridade, não tinha nenhum resquício de pista, não sabia nem mesmo como convencer seus superiores que os ataques continuariam, pois Granamir estava sossegado há alguns meses, tanto que em breve deveriam libertar Giácomo que fora acusado de conspiração, mas sem um conspirador, o caso não se sustentaria, então após ligar para esposa e dizer que estava prestes a chegar em casa, pegou o caminho de sempre para o seu lar, no entanto algo estranho estava para acontecer, ao ligar o seu carro, um jato de fumaça foi disparado em sua direção e a imagem que via foi escurecendo até perder os sentidos:
- Acorde senhor Parmênides, é um grande prazer finalmente conhecê-lo.
- Desculpe, eu conheço você? - Parmênides se vê amarrado a uma cadeira diante de um sujeito bem vestido grande e forte com voz suave e hábitos finos.
- Não senhor Parmênides, você não me conhece, mas achei que seria um bom momento para resolver esta inconveniência. – Meu nome é Granamir e peço desculpas por não lhe oferecer um champanhe, afinal você está amarrado, mas a nossa conversa será rápida.
- Então senhor Granamir a que devo a honra? Devo dizer que não é a primeira vez que estive amarrado a uma cadeira. – Diz isto, e como num passe de mágica, Parmênides se libera das cordas.
- Ora, que surpreendente, talvez eu o tenha subestimado senhor Parmênides.
- Talvez agora possa me oferecer um pouco de champanhe.
- Claro, com esta demonstração de habilidade acho que mereceu.
Parmênides senta-se em uma mesa em algum lugar que parece ser um galpão antigo. Após servi-lo Granamir diz:
- Veja, senhor Parmênides, estou envolvido em um projeto grandioso, no qual você e sua liga são meras peças de xadrez, estou lhe dando a oportunidade de abandonar o jogo antes que a sua derrota possa destruir sua carreira, sua instituição e, talvez até, o seu país.
- Ora, mas que ambicioso, posso perguntar por que eu deveria desistir? Já deve saber sobre os poderes da liga?
- Naturalmente, eu vi, eu ouvi, eu li. Isto é muito maior do que todos vocês, do que a sua possibilidade de ascensão de cargo, do que a notoriedade da sua liga, do que a tal decantada liberdade democrática do nosso povo.
- Ainda não me disse nada que possa me fazer desistir, o que vai fazer, vai matar todo o povo brasileiro e com que propósito?
Granamir dá uma grande gargalhada e diz:
- Não, mas eu gosto do seu senso de humor, estou dizendo que vocês são apenas um contratempo, não conseguirão parar o que é inevitável, mas você terá tempo para pensar na minha proposta, mas após o prazo o plano continuará e vocês serão varridos se se opuserem aos nossos planos de novo.
- Quando diz nós, quer dizer que tem mais gente envolvida?
- Sim, muita gente, é um projeto mundial que em breve será posto em prática, saberá pela imprensa e se isto não for o suficiente para você desistir, posso lhe oferecer dinheiro sei que precisa, não ganha tão bem assim na sua profissão, todos os seus problemas financeiros podem desaparecer é só deixar a liga longe dos nossos planos.
- Pelo visto, não sabe nada sobre mim Granamir, eu não estou à venda!
- Pelo contrário, senhor Parmênides, sabemos tudo sobre o senhor, inclusive que aceitou suborno, não uma, mas várias vezes, enquanto foi policial rodoviário, até sabemos como se livrou das provas, devo dizer que uma obra de gênio.
- Não sou mais aquele homem, agora tenho maturidade e honradez.
- Em hipótese alguma eu diria o contrário, senhor Parmênides, apenas lhe digo que o bichinho da corrupção está em você e sei que não é fácil se livrar disso.
- Bem, encerramos aqui?
- Sim, mas em breve entrarei em contato.
Granamir se levanta e uma fumaça é atirada no rosto de Parmênides e ele desmaia e acorda novamente no volante do seu carro sem entender se teve um sonho ou se aquilo foi real. Mas logo descobre que foi sequestrado ao receber uma mensagem quase em desespero de sua mulher, liga para ela e a tranquiliza dizendo que houve uma complicação no trabalho e vai pra casa esperando que desta vez consiga chegar. No outro dia Parmênides convoca a liga:
- Onde você foi sequestrado? Pergunta Guivarra.
- Em frente ao prédio na saída do escritório.
Mara pega na cabeça de Parmênides e diz:
- Você foi realmente sequestrado.
Vão para a cena do crime Caipora e Curupira descobrem o trajeto do carro usado no sequestro Saci usa seus poderes para chegar ao local do cativeiro e contata a todos, logo chega Guivarra e Curupira e mais tarde todos os outros:
- Será que ainda estão lá dentro?
- Acho difícil, mas fiquem preparados.
Besouro destrói a porta com um golpe e vê o galpão vazio, como se não tivesse sido usado por muito tempo e pergunta:
-Tem certeza de que foi aqui que ficou chefe?
- Estou um pouco atordoado, mas sim foi aqui.
- O que foi que lhe disseram?
- Conheci o Granamir, ele me amarrou, eu me libertei, depois me deu champanhe me ameaçou, tentou me comprar e disse que não podemos vencer o que está por vir, que isto era muito maior do que nós e do que o nosso país, disse também que me daria um tempo para pensar e depois retomaria ao projeto.


Continua