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sexta-feira, fevereiro 08, 2019

Poder de Cura IV

- Certo, vamos lá, vou te chamar de Verônica.
- Gostei do nome e você, como devo chamá-lo?
- Me chame de Bóris.
- Então Bóris, o que quer saber?
- Me fale sobre como foi parar na cabeça do senhor Jorge?
- Olha, na verdade, ocorre na hora da morte, eu estava com outra pessoa e ela morreu e aí eu fui para a cabeça do Jorge, não sei como acontece, só sei que acontece.
- Certo, há quanto tempo você estava com ele?
- Acho que uns cinco anos.
- Entendi. Como você funciona?
- Vai depender muito do seu humor, se ficar muito nervoso, vou ficar feia e estressada, se ficar mais feliz serei bonita e prestativa.
- Certo Verônica, acho que vamos nos dar bem, você por acaso não pode se ocultar da minha visão?
- Não, não será possível, posso ficar em silêncio, mas estarei com você o tempo todo.
- O Jorge disse que você desaparecia por longos períodos.
- Era quando ele curava uma ressaca com outra bebedeira, ele ficava dias assim, então nossa conexão era quebrada.
-Claro e você por acaso não é capaz de ler pensamentos?
- Só quando está sonhando, acordado não.
Alguns anos depois:
- Olá, eu sou o Bóris, tenho uma consulta marcada com a Dra. Bárbara.
- Sim senhor Bóris – Responde a secretária – aguarde um minuto que vou chamá-la.
Boris parece nervoso e desconcentrado não consegue aguardar sentado. Logo a Dra. Bárbara o Chama:
- Senhor Bóris, pode entrar.
Bóris entra olha todo a sala demoradamente após isto, senta-se:
- Vejo que é a sua primeira consulta senhor Bóris.
- Sim.
- E qual é o problema senhor Bóris?
- Na verdade tenho muitos, mas dois deles realmente me preocupam.
- E quais são eles?
- O primeiro é que sou capaz de curar doenças, o segundo é que uma moça fala comigo só que ela não existe.
A Dra, Bárbara escreve nas anotações: paranoia e esquizofrenia:
- Por qual vamos começar Bóris?
- Acho que a moça está me incomodando mais do que minha capacidade de curar.
- Certo então podemos começar por aí.
- Na verdade, doutora, a Verônica está comigo por causa do meu poder de cura.
- Você deu um nome para ela ou ela já tinha um nome quando veio até você.
- Fui eu quem deu o nome para ela, ela veio faz alguns anos quando curei um sujeito que se dizia perseguido, ele me contou a história e assim eu o curei, achei que tinha resolvido tudo, mas ela apareceu para mim, algum tempo depois da cura.
- Espera um pouco Bóris, preciso me situar. Você cura pessoas e ao curar uma pessoa, ao que tudo indica, esquizofrênica, você absorveu esta esquizofrenia para si. Estou um pouco curiosa, quando você cura doenças todas elas vêm para você?
- Sabe doutora, nunca havia pensado nisso, mas não vem não esta é a primeira vez.
- Então o que você acha que aconteceu neste caso específico.
- Na verdade, é por isso que estou aqui.
- Quer falar sobre o outro problema ou podemos nos focar neste por enquanto.
- Bom, uma coisa de cada vez, vamos tratar da Verônica.
- Muito bem, ela está com você, certo?
- Sim.
- Ela pode responder há algumas perguntas? Ela pode me ouvir?
- Sim e sim.
- Verônica de onde você é?
- Ela disse que é do Egito.
- Ora que peculiar, quando você nasceu?
- Ela disse que pelo nossa contagem a cerca de cinco mil anos.
- Por quantos hospedeiro você já passou?
- Ela não entendeu a peergunta.
- Como você chamaria o Bóris.
- Ela disse “de meu amigo”.
- Então por quantos amigos já passou?
- Ela disse “o Bóris deve ser o de número 2000
- Entendo e como exatamente isto se dá?
- Ela disse “geralmente pela morte, mas às vezes indivíduos especiais conseguem me sugar para a mente deles.”
- Agora quero falar com você Bóris. Em que exatamente ela te incomoda?
- Bom pra começar ela não dorme, então quando eu acordo ela me enlouquece com muitas perguntas, depois quando ela se acalma ainda assim quer conversar, mas não posso conversar com ela, por que as pessoas vão achar que eu sou maluco e isto fará eu perder a minha credibilidade, então tento ignorá-la, aí ela começa a gritar e a me xingar até que eu lhe dê atenção novamente.
- Muito bem, Bóris, acho que por hoje já chega, vou fazer uma análise disto tudo e vamos determinar um tratamento, por enquanto vou te receitar um psicotrópico, mas acho que pode interferir no seu poder de cura, me mantenha informada sobre os efeitos colaterais, falo com você na próxima semana.
- Obrigado doutora, acha que tenho chances de cura?
- Com toda certeza, já vi casos parecidos e acho que podemos chegar a algum lugar.
Logo depois na casa de Bóris.
- Você não vai tomar o remédio?
- Não Verônica, você vai desaparecer.
- Mas não era isto que você queria?
- Não na verdade eu quero te ajudar, esta doença não é minha, é sua eu preciso libertá-la, não pode continuar vagando por aqui, precisa seguir seu caminho, só agora compreendo por que você está comigo.


Continua