Total de visualizações de página

sexta-feira, setembro 29, 2006

Fama

Um repórter foi chamado às pressas para um furo de reportagem. Exatamente no Cristo Redentor, um helicóptero ficou sem combustível por causa de uma sabotagem no tanque. O piloto, numa manobra muito ousada, tentou pousar aos pés do cristo, mas o vento forte desequilibrou a aeronave e ela ficou pendurada por um de seus esquis. Roberto ansiava por uma chance como essas, achava que sua carreira decolaria se conseguisse este furo, foi imediatamente ao Parque Nacional da Tijuca para fazer a sua transmissão ao vivo para ao maior rede de televisão do país, plantões em todo o país captaram a imagem de Roberto que dava sinal para o seu cinegrafista para filmar o acidente iminente, enquanto falava no fundo, o barulho do esqui se partindo foi ouvido por uma multidão de curiosos que estava em visita ao Corcovado, o maior desafio dos bombeiros agora era retirar o piloto e seu passageiro com vida e com todo o cuidado para que a catástrofe não fosse maior. Com um equipamento de rapel um bombeiro resgatou o piloto que logo foi içado para os pés do cristo e sob os olhos atentos da câmara o bombeiro retorna para buscar o passageiro, mas não consegue evitar a morte do mesmo, o helicóptero despenca, o bombeiro dá um impulso na pedra com os pés e evita que as toneladas de aço cortem a sua corda e o levem para o fundo do abismo.
Roberto apesar de atônito com o desfecho, ficou muito feliz com o que documentou, vários órgãos de imprensa do mundo aparecem e foram atrás de Roberto para conseguir a cópia da fita com a reportagem e mostrá-la para o mundo. Finalmente Roberto seria conhecido mundialmente. A família o procurou, os amigos voltaram, as mulheres começaram a aparecer, mas mal sabia ele que esta fama seria passageira. Um mês depois estava trabalhando na maior rede de tv do país. Roberto deixou de ser um repórter de imprensa marrom e passou a ser uma figura conhecida no meio jornalístico. Foi chamado para festas, coquetéis e sempre apresentado como o repórter do Corcovado. E a fama ia durando, mas de repente, um grupo de rock internacional sobe no terraço de um prédio de trinta andares na capital Paulista e ameaça suicídio coletivo. Roberto está numa de suas festas costumeiras quando vê, um plantão e a cobertura da tragédia anunciada, os quatros integrantes se jogam ao mesmo tempo, mas para a sorte dos doidos os bombeiros já haviam armado um colchão de ar, tudo devidamente filmado e contado por um tal Genival Borges e a estrela de Roberto se apagou. Fama é uma ilusão, pois as pessoas anseiam por coisas novas, um único feito não pode direcionar toda a nossa vida

Nenhum comentário: