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quarta-feira, abril 08, 2009

A EXTINÇÃO

Joana chega em casa e conversa com a sua filha:
- Oi minha querida como passou o dia?
- Muito bem, mamãe, tem um moço te esperando.
- Quem é?
- Ele disse que se chama Jacinto.
- Ué, não conheço nenhum Jacinto, onde ele está? Aliás, porque o deixou entrar sabe o que eu disse sobre deixar estranhos entrar em casa.
- Ele
está na sala, ele me mostrou uma credencial da Polícia Federal.
- Como você sabe que não é falsa?
- Eu conheço as identidades falsas mãe, elas não tem marca d’água.
Logo:
- Você deve ser a Joana.
- E você o Jacinto.
- Ótimo agora que nos conhecemos, vou direto ao assunto. Você deve me acompanhar até a sede da Polícia Federal.
- Por quê?
- Seus serviços estão sendo requisitados.
- Meus serviços? Há algum calamar perdido na orla marítima, alguma baleia encalhada ou quem sabe medusas nas praias mais frequentadas?
- Até onde eu sei além de bióloga marinha você também tem uma ótima percepção extra sensorial.
- E se eu me recusar?
- Não pode se recusar, eu tenho uma ordem judicial.
- Com quem eu deixarei a minha filha?
- Sabrina será levada com a gente e uma assistente social cuidará dela, enquanto estiver conosco.
- Posso saber do que se trata?
- É melhor ver por si só
Depois:
- Joana, eu espero que você possa nos dizer mais do que os nossos investigadores.
- Qual é o caso?
Eles entram numa sala e visualizam uma luz muito forte em volta de um ser humanóide que brincam com algumas esferas que flutuam:
- Você tinha razão, eu não acreditaria se não tivesse visto, mas em que acha que posso ajudar?
O ser a olha fixamente, as esferas caem, então:
- Eles querem saber de onde eu vim Joana. - esta voz é ouvida na cabeça de Joana.
- Você é telepata?
- Sim, ninguém realmente estava interessado em me ouvir, mas com você sinto que posso dizer qualquer coisa, peça para o agente ir embora.
- Ele quer que você vá embora, Jacinto.
- Não vou sair daqui.
- Se quiser a minha ajuda, terá que fazer o que peço.
- Certo - meio contrariado - Mas vou estar bem aqui ao lado, grite se precisar.
- Não precisar, obrigado.
Eles se observam por alguns minutos:
-Você tem um nome?
- Na verdade não, sou um ser que vive só, eu fui capturado no meu mundo e por causa disso ele está à beira da extinção.
- Você é algum tipo de mãe-natureza?
- Não entendo a sua análise, mas sei que meu mundo precisa de mim.
- Aonde é o seu mundo?
- É em Betelgeuse na constelação de Órion, pelo menos é assim que vocês chamam aqui. Não sei se consigo traduzir para você como eles são chamados lá. Mas algo próximo seria "Grande Vermelha" o nome da estrela e o planeta se chama "Gotícula" isto porque o nosso planeta tem a forma de uma gota e ele é muito pequeno.
- Como veio parar aqui?
- Foi construído um mecanismo no meu mundo por um excepcional goticulense que deveria limpar a nossa atmosfera que estava ficando roxa, quando o normal seria lilás, então o vertebrado, como era conhecido, acionou o dispositivo e eu vim parar aqui na cidade de Garanhuns, muitos sustos e arrepios depois vim para esta sala onde estou.
- Sabe se o aparelho funcionou?
- Estou muito distante para poder conversar com alguém do meu planeta apesar de a minha capacidade de comunicação ser muito grande não consigo atravessar o cinturão de asteróides por causa da quantidade excessiva de ferro e níquel, meus pensamentos ficam confusos e sem muita clareza, a única coisa que sei com certeza é que sabem que não estou mais presente no planeta e que por isto estão com os dias contados.
- De quanto tempo estamos falando?
- No meu planeta 120 anos no seu uma semana.
- O que podemos fazer?
- Vocês nada podem fazer, dependo do meu querido goticulense que me trouxe para cá, por enquanto, só quero que me proteja desses abutres que por pouco não me destriparam.


CONTINUA

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