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sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Fatos e Compreensões – Parte 1

Uma astróloga vigarista passava a perna em muita gente; quando alguém a visitava na sua tenda; Luka, como gostava de ser chamada, ouvia as perguntas e traçava o perfil do indivíduo, fazendo assim suas pseudoprevisões, mas, de fato, eram apenas suposições feitas através da observação de seus clientes. Esta tarde era apenas mais uma na vida de Luka.
- Olha moça, eu não acredito nesses troços, sabe, mas a minha mulher insistiu tanto para eu vir, que acabei vindo, para ela parar de me encher.
- Entendo. E o que o senhor quer saber, senhor Vítor?
- Como sabe meu nome?
- Ao contrário do que pensa, não há nada de extraordinário nisto, a minha assistente falou com você e me passou o seu nome. O senhor deve estar com algum problema de saúde, estou correta?
- Está sim, como sabe?
- Acredito que seja com o seu amigo mais íntimo, o seu problema.
- Quem contou isto para a senhora? - Faz um gesto com a mão para que olhe a placa que diz “astróloga” - Olha, Vítor, eu sou astróloga e não médica; isto você pode curar com um urologista.
- Eu já fui lá, mas ele diz que é psicológico e não sei mais o que fazer.
- Olha seu não sei tratar dessas coisas, a única coisa que posso fazer é saber se o senhor vai se curar no futuro.
- Isto está escrito aí no seu tarot.
- É podemos dizer que sim. De acordo com as cartas, o senhor vai passar por isto pelo menos mais dois meses, depois isto irá embora do mesmo jeito que veio.
- Obrigado dona Luka.
- Por favor, Dona, não, apenas Luka.
- Tudo bem, Obrigado Luka.
- Isabel pode chamar o próximo.
- Entra lá senhor Geraldo, ela já vai atendê-lo.
Logo:
- Senhor Geraldo, no que posso ajudá-lo.
- Na verdade, eu posso ajudá-la.
- Como assim?
- Sei que engana estas pessoas Luka, com esta conversa mole de tarot, mapa astrológico etc.
- Você não acredita? Então por que está aqui?
- Ao contrário Luka, eu acredito e por isto estou aqui.
- Esse nosso papo está meio enigmático.
- É o seguinte: você tem o dom, mas estas suas safadezas o estão bloqueando, eu vim para limpar a sua aura, para que possa ser livre e aceitar o seu destino.
- Que é...?
- Ajudar a minha tribo.
- Tribo? Então tu és um índio?
- Sim, dos Guaranis e precisamos de ajuda.
- Deixa-me entender, você veio aqui para me dizer que eu sou uma vigarista e que pode me ajudar a ser uma, por assim dizer, pajé de uma tribo de guaranis.
- É mais ou menos isto, eu gostaria que você tomasse esta poção, assim se tiver poderes, eles virão até você, senão, eu terei me enganado e irei embora e não mais a incomodarei.
- Se é para você ir embora, eu aceito.
Luka toma o líquido e seus olhos se abrem como nunca haviam estado abertos antes, ela começa a enxergar um homem coberto de fogo caminhando em sua direção, tenta se mover, mas não consegue, quando o homem a agarra, ela acorda muito nervosa perto de sua mesa.
- Posso mandar o próximo entrar Luka.
- Claro Isabel.
- Você está bem.
- Estou sim.
- Ah, o nome dele é Geraldo.
- Geraldo, tem certeza?
- Claro, ele mesmo me disse.
- Tudo bem, mande-o entrar.
Logo
- Geraldo?
- Sim, como deve ter notado, agora você tem poderes.
- Como fez aquilo.
- Eu não fiz nada Luka, é o seu dom, como eu disse anteriormente, ele só estava bloqueado. Você virá comigo até a minha tribo?
- Não sei, tenho tanto o que fazer.
- Não se preocupe, pode dar uma olhadinha no futuro e ver se a sua ausência vai ser tão sentida assim.
- Mas como funciona, é só ligar?
- Concentre-se na hora e na data e o futuro virá.
Ela obedece e logo se depara com Isabel, dizendo:
- Puxa faz uma semana que a Luka saiu com aquele índio e ainda não voltou, mas por sorte nenhum dos clientes dela apareceu.
- Isabel, sabe quando ela volta?
- Ela não me disse ao certo, mas eu acredito que no máximo em mais uma semana ela deva estar por aí, mesmo por que é a semana dos mapas astrais é o momento que ela mais arrecada, vamos ali na lanchonete Bia, precisamos conversar mais.
De volta a sua tenda:
- E então?
- Pelo que vi, realmente a minha presença não fará tanto diferença pelo menos, nas próximas semanas.
Ótimo então vamos, temos muito o que fazer.
Continua

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