Total de visualizações de página

segunda-feira, maio 09, 2011

Vultos Históricos do Paraná - Vicente Machado

Vicente Machado Lima e Silva ou simplesmente Vicente Machado - nascido em dia 09 de agosto de 1860, na cidade de Castro, Paraná. Nas escolas primárias já tinha uma propensão a liderança. Devorava livros escolares interpretando com facilidade os assuntos que estudava. Em 1881 se tornou bacharel em direito. Era abolicionismo radical e deixava transparecer seu republicanismo pelas suas proclamações liberais. Ensinou Filosofia no Instituto Paranaense. Em 1883 aceitou ser juiz municipal em Ponta Grossa. Abandonou logo a carreira de juiz, para, mesmo em Ponta Grossa, abrir banca de advogado e dar passos iniciais, mas firmes, como político. Em 1884 começou sua carreira como jornalista. Escreveu artigos políticos no “19 de Dezembro” e no “A Província do Paraná”. Em 1886 começou sua vida política, a qual teve muita influência para os Campos Gerais. Candidatou-se à Assembléia Provincial pelo Partido Liberal, de que era chefe incontestável Jesuíno Marcondes. Quando Jesuíno Marcondes viu-o entrosado no Partido Liberal não escondeu sua satisfação, declarando: “Eis aqui a esperança do partido”. Não tardou, porém, em desiludir os conservadores monarquistas, ao mostrar que seus objetivos não cifravam à manutenção da situação existente. Foi governador da Província. Vicente Machado ocupou várias posições, mostrando em todas elas grande talento e capacidade de trabalho assombrosa, qualidades estas de um líder verdadeiro. Essa foi a razão pela qual o escolheram relator geral da Constituinte do Estado do Paraná, de 07 de abril de 1892, a segunda sob o novo regime. Liderou a elaboração da Carta Constitucional Republicana, através de uma Comissão ainda integrada por Arthur de Abreu, Alencar Guimarães, Albino Silva e Victor do Amaral. Como governador e constituinte, superintendeu o ensino, organizou a força pública e estruturou a justiça, deixando em todos esses departamentos da administração o cunho marcante da sua personalidade. Invadido o Paraná, em dezembro de 1893, já havia multiplicado seus esforços para dar eficiência à defesa, conforme a moção votada pelo Poder Legislativo de 30 de novembro de 1893. Às portas do Estado, a revolução federalista ameaçava as instituições. Transferiu a capital para Castro. Mesmo assim não lhe foi possível manter o governo legal, dados os precários meios de defesa. Deixou o Estado juntamente com o comandante do distrito a 18 de janeiro de 1894. O governo legal ficou suspenso desde essa data até 12 de abril daquele ano, data em que na cidade de Castro reassumiu o poder, transferindo-se para Curitiba a 05 de maio, quando, sem resistência, os revolucionários abandonavam o Estado.
Em mensagem ao Legislativo disse: “tudo fiz quanto estava ao meu alcance para livrar meu Estado da invasão, o que infelizmente não pude lograr, pelo desdobramento sinistro que aos acontecimentos imprimiu a fatalidade”.
Quando no Senado disseram que havia abandonado seu posto declarou: “Eu não havia de ficar sereno na posição a que me alcançava o voto popular, quando não tinha elementos para garantir minha autoridade, nem suficiente força para fazê-la respeitar. Se permanecesse, o sacrifício teria sido inútil, quando à minha frente corria o comandante do Distrito, apavorado. Não havia de ser com duas ordenanças e um pequeno grupo de amigos fiéis, mas assim mesmo desarmados, que se poderia resistir à invasão. Procedi como devia...”.
Deixara o governo do Estado a 14 de junho de 1894 para fazer sua campanha eleitoral, candidato a Senador, que era. Pouco depois perdia sua primeira esposa. Apesar disso continuou sua luta e foi eleito, em janeiro de 1895, em substituição a Generoso Marques.
Sem competidor, foi eleito presidente do Estado do Paraná em 1903, assumindo o poder a 25 de fevereiro de 1904, apesar da ameaça de dissidência no Partido Republicano. É de sua autoria a lei de nº 449, equiparando os impostos de exportação de erva mate bruta aos da erva mate beneficiada.
Em 1906, enfermo foi para a Europa tentar remédios. Por lá ficou de abril a dezembro de 1906. Mas de volta estava condenado. Tinha apenas 46 anos e 7 meses, quando faleceu a 03 de março de 1907.

Um comentário:

Luiz disse...

Muito bem! Conhecer nosso passado é muito importante!