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terça-feira, agosto 15, 2006

O caminho da luz

Pierre era um motorista de funerária, por anos dirigiu o rabecão, sempre teve a sensação de que o morto poderia levantar e conversar com ele, mas depois de um tempo parou de pensar nisso e acabou por se acostumar com o serviço. Um dia estava transportando outro infeliz e voltou a ter aquela sensação de principiante, tentou pensar em outra coisa, mas não conseguiu e de repente o morto se levanta e diz:
- Pierre.
Como não poderia deixar de ser, Pierre se assusta e quase bate o carro, depois olha para trás e vê o morto sentado:
- Pierre, você precisa me ajudar!!
- C-C-C-o-o-omo e-e-eu po-po-posso ajudá-lo???
- Pierre eu tenho que sair daqui e você precisa vir comigo.
- Como eu vou com você; está morto e sua família está lá esperando você para enterrá-lo.
- Não Pierre, temos que ir para o centro da cidade.
Disse isto se levantou e saiu do carro fúnebre e começou a caminhar. Pierre ainda embasbacado com a situação disse:
- Não é melhor irmos de carro.
- Claro que sim, mas achei que não queria me ajudar.
- Querer mesmo, eu não quero, mas quero ver onde isto vai dar, nunca presenciei uma situação com esta e gostaria de tentar entender.
- Não há nada para entender Pierre, apenas faça o que eu digo e tudo ficará bem.
Mais tarde no centro da cidade o ex-morto que se chamava Rafael diz:
- É aqui nesta Praça, a Praça Presidencial. Agora Pierre você deve dizer.
- Dizer o que Rafael???
- Você sabe, está caminhando na sua mente, Diga de uma vez!!!
- Tudo bem, o que está na minha cabeça são está palavras "Aqui está ele o Rafael, ele veio encontrar a luz".
Diante dos olhos dos dois, uma estátua de bronze de um homem sentado em um cavalo começa a se iluminar e se abre, Rafael se encaminha para a estátua entra na luz e a estátua se fecha. Nesse momento Pierre coça os olhos e para a sua surpresa o carro funerário continua com o morto no caixão e seu celular está tocando, ele atende:
- Oi, é o Pierre.
- Pierre, onde você está, é o Roberto, você já devia estar no cemitério, a família do Rafael não pára de me ligar.
- Eu, eu estou no centro da cidade.
- O que você, está fazendo aí, se perdeu, depois de tanto tempo, não sabe mais o caminho do cemitério.
- É Roberto, eu me perdi, acho que estou cansado, talvez esteja na hora de eu tirar umas férias.
- Faça o que fizer, venha agora para o cemitério, senão eu vou ter problemas com a família do morto.
- Tudo bem, estou indo.
Meia hora, mais tarde, todos dizem em coro:
- Nossa, até que enfim.
Depois, a mãe do Rafael, chega ao motorista e com uma voz quase inaudível diz:
- Obrigada pela ajuda, senhor.

3 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei imaginando a cena descrita neste conto e com certeza o Pierre é um personagem corajoso. É um conto muito curioso e diferente.
Fátima

Anônimo disse...

o negocio tah ficando interessante dei uma lida na história de joão e fiquei impressionado companheiro, continue que vc tah cominho certo abraços. Guerreiro da Paz.

Anônimo disse...

Amigo tenhu certeza absoluta que está no caminho certo, continue escrevendo,pois agora tenhu uma nova forma de aprendizado e busca do entendimento. Ob: mandei os E-mails. Abraços e Feliz Dia das Mães. Guerreiro da Paz