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segunda-feira, julho 20, 2009

Em busca do pé de coelho II

Vidigal tinha uma missão difícil e pouco tempo para terminá-la, mas o dinheiro valia a pena e afinal; como poderia ser difícil encontrar uma pessoa, já havia encontrado centenas, era apenas mais uma, mas não tinha pensado na possibilidade de ele estar muito longe e talvez ter problemas com transporte, afinal atraso é sobrenome do nosso país. Depois de muito fuçar com seus amigos policiais, molhar muitas mãos, procurar localidades nos mapas e também ficar a tarde e a noite quase toda sem comer, Vidigal conseguiu uma pista. Na cidade de Ortigueira, havia um sujeito que havia dado uma entrevista sobre uma antiga empresa na qual Jamil trabalhava. Vidigal partiu para Ortigueira com seu jato particular e pousou próximo a uma cachoeira em Telêmaco Borba, a fonte parecia segura eram duas da manhã quando Vidigal chegou a ao Hotel das Nações e perguntou:
- Aqui mora um sujeito chamado Jamil?
Neste mesmo dia, próximo das 10 horas da manhã, Guaianazes está despachando em sua sala na empresa Guaianazes e Associados, de repente ouve um burburinho que vira um estrondo, a sua porta se quebra e um corpo de homem cai exatamente sobre os papéis que estava assinando em sua mesa:
- Guaianazes, há quanto tempo?
- Tempo demais, Jamil.
- Trouxe um presente para você.
Guaianazes olha para o relógio eram 10 horas em ponto e diz:
- Obrigado pela consideração, não esquecerei, quando puder retribuirei a gentileza.
Fala ao pé do ouvido do sócio:
- Pegue este monte de estrume e pague-lhe os 200 mil, ele chegou no horário.
- Perfeitamente senhor.
Depois se dirigindo a Jamil:
- Onde você estava as pessoas não costumam usar portas?
- Claro, todas usam, apenas pensei numa maneira divertida de responder ao seu recado, eu mandarei consertá-la.
- Sempre cavalheiro.
- Espero que não tenha colocado este imbecil atrás de mim, apenas para relembrar minha pseudo-gentileza?
- É claro que não. Seu país corre perigo, Jamil, precisamos de você para encontrar um dispositivo eletrônico.
- Sei, ninguém no país inteiro é capaz de encontrar este radinho de pilha e você precisa me tirar da minha aposentadoria para que eu parta numa busca inócua.
- Porque você não ouve primeiro para depois dizer se aceita ou não a missão.
- Tudo bem, eu tenho tempo.
- Já ouviu falar do pé de coelho?
- Aquilo que o Etan Hunt buscava na Missão Impossível 3?
O sorriso iniciou-se nos lábios de Guaianazes, mas se fechou junto com uma expressão de descrença e com a mãos esquerda passando toda extensão de sua testa enorme continuou como se não tivesse ouvido o comentário:
- Este dispositivo foi roubado dos americanos, eles nos chamaram para resolver o caso, porque o sujeito está aqui no nosso país e está ameaçando usá-lo.
- Pode me dizer o que isto faz exatamente.
- Infelizmente não, só posso dizer, que muitos lamentariam se ele fosse usado.
- Tudo bem, ainda não sei onde me encaixo nesta história.
- Você se encaixa na medida em que tem uma experiência incrível de campo, ganhou várias medalhas em atuações pelo país como soldado da aeronáutica, sabe tudo sobre tática de combate e por fim, mas não menos importante o dispositivo está no nosso estado e como não temos muita informação eu prefiro imaginar que você não gostaria de saber que isto está por aí e pode ser usado a qualquer momento.
- Tudo bem, você me convenceu como é o nome do sujeito?
- Baudelaire. Gustave Baudelaire.
- Ele é francês?
-Não ele é do Senegal.
- Puxa um africano com nome francês que roubou uma americano e fugiu para o Brasil, esta globalização ainda será a ruína do mundo. Quanto tempo eu tenho?
- A partir de agora?
- Sim.
- 30, 36 horas.
- Guaianazes, eu preciso de só mais um favor seu para aceitar a missão.
- O que quiser Jamil.
- Traga aquele saco de estrume que esstava espalhado na sua mesa, acho que ele pode ser útil.
- Tá brincando?
Jamil levanta abre um sorriso e diz:
- Eu gosto do rapaz, o que posso dizer, eu me apego fácil às pessoas.


Continua

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