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segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Vultos Históricos do Paraná - Generoso Marques

Generoso Marques dos Santos, natural de Curitiba, seu nascimento ocorreu dois anos após Curitiba ter sido elevada a categoria de cidade, era de família pobre e órfão de pai desde 1848, fatos que o tornaram um excelente estudante e um dedicado trabalhador, chegava a copiar a mão os livros que não tinha condições de comprar, graduou-se em 1865 na Faculdade de Direito de São Paulo com grandes nomes como Ubaldino do Amaral, Emigdio Westphalen e João José Pedrosa; era filiado ao Partido Liberal, elegeu-se deputado provincial em 1866, reelegendo-se sucessivamente até 1881, ano em que foi alçado a deputado geral (tendo sido reeleito em 1889 e impedido de tomar posse por conta do novo regime). Era um abolicionista convicto.
De 1890 a 1926, foi senador da República, tendo sido constituinte em 1890/1891. Presidente (governador) do Estado do Paraná de 3 de junho de 1891 a 29 de novembro de 1891, deposto pela ascensão do marechal Floriano Peixoto à presidência da República que demitiu todos os governantes, com exceção de Lauro Sodré do Pará. Entregou o seu governo ao Coronel Roberto Ferreira, mas não sem antes deitar manifesto de repúdio à medida ditatorial.
Deflagrada mais tarde, a Revolução Federalista que chegou às portas do Paraná em 1894, a idéia era repor o governo decaído. Generoso, aliado a Gumercindo Saraiva, esteve entre os ideólogos do movimento armado, vivendo algumas semanas de predomínio político.
Porém, com a vitória das forças legais, fiéis ao vice-presidente da Republica, sentiu-se impelido a se asilar na corveta portuguesa "Mindelo", para fugir à sanha contra-revolucionária, tendo, em seguida, viajado a bordo do navio de carga argentino "Henrique Barroso", com destino a Buenos Aires, com outros companheiros de infortúnio.
Viveu exilado em Buenos Aires por alguns meses por ocasião da Revolução Federalista. Retornou ao país após obter habeas corpus em seu favor, junto ao Supremo Tribunal Federal, face à sua condição de senador. De volta ao Paraná, reassumiu a direção da União Republicana. Elegeu-se, a seguir, deputado do Congresso Legislativo estadual, numa demonstração de que não declinara seu prestígio de chefe partidário.
Em 1908 seria eleito vice-presidente do Estado como conseqüência do pacto político celebrado entre antigos federalistas e republicanos (maragatos e pica-paus), uma reconciliação histórica que não durou muito tempo e que sacrificou a eleição de João Cândido Ferreira ao governo do Estado. Desse episódio resultou da vitória de Xavier da Silva, eleito outra vez presidente, e a formação do Partido Republicano Paranaense, em substituição ao Partido Republicano Federalista e a União Republicana. "A reunião de partidos com programas antagônicos, seria, talvez, o único erro político que se lhe pudesse apontar no tocante ao terreno das idéias". Manteve-se no Senado até 1926.
Na questão dos limites com Santa Catarina, seu desempenho inicial como jurista transformou-se em indignação ao discordar da decisão do Supremo Tribunal Federal, favorável ao vizinho Estado. Daí haver engrossado a fileira dos que pretendiam resistir, pelas armas, à execução da malfadada sentença.
Dr. Generoso Marques, de caráter reto, modesto e simples, era, em verdade, um espírito culto, talhado para as lutas da imprensa e da tribuna. Foi advogado, poeta, tribuno, tinha uma liderança nata, ora no governo, ora na oposição, a única coisa capaz de detê-lo foi a morte que ocorreu em 8 de março de 1928. Jornalista combativo, sua capacidade literária premiou jornais como “O Paraná”, “A Federação” e a “A Reforma”, onde atuou como colunista e redator. Seu espírito conciliador transparece nítido em uma das proclamações que publicou: "Apraz-se declarar que sou um dos fatores dessa política de amor que substitui aquela política cruel e terrível, de ódio e vinganças, em que se debatia o povo paranaense".
O Paraná agradece a existência de Generoso Marques, que deixa um legado de luta, liderança e exemplo de cidadania, coisa muito em falta nos dias de hoje.
Em forma de homenagem, Curitiba, sua cidade natal, lhe concedeu uma praça - A antiga praça municipal, no centro da capital paranaense, atualmente chama-se “Praça Generoso Marques”.

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