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segunda-feira, junho 20, 2011

O Diário de uma Feiticeira

(é estritamente necessário que se leia o conto origens de dezembro de 2006)

Éramos pessoas comuns, as mulheres eram discriminadas na sociedade comum, mas não na nossa vila, pois o poder intuitivo feminino é muito maior que o masculino,por istos as mulheres tinham muito valor. Eu estava com 400 anos quando isto ocorreu, no nosso bairro vizinho estava acontecendo algo estranho, durante a noite todas as pessoas do bairro se reuniam na praça e ficavam paradas olhando para cima até que aparecia uma luz que circundava a todos ali presentes, poucos segundos depois ela desaparecia e logo todos voltavam às suas casas; eu imaginei que fosse uma brincadeira dos meus filhos, pois quando descobrimos nossas capacidades ficamos incontroláveis, mas para a minha surpresa, não eram eles que estavam fazendo estas luzes e também não era ninguém da nossa vila. Nós que lidamos com ilusionismo sabemos reconhecer uma fraude e aquilo, com certeza, não se tratava de uma. No outro dia:
- Como vai, Margarida?
- Vou bem, Sara.
- Mas o que houve ontem a noite?
- Não sei, houve alguma coisa?
- Claro que sim, parecia que todos do bairro vizinho estavam na praça.
- Está brincando?
- Não, eles se reuniram na praça e uma luz os circundou.
- Nossa Sara, nem sei o que dizer, você deve ter sonhado com isto, porque isto não aconteceu.
Eu fiquei muito confusa com o que a Margarida me disse, logo depois andei pelo nosso bairro e ninguém se lembrava de ter presenciado este evento extraordinário. O mais interessante de tudo é que fazia quase um mês que isto estava acontecendo. Então resolvi esperar a noite cair e investigar. Como eu havia previsto, aconteceu a mesma coisa da noite anterior e eu tratei de verificar a origem da luz:
- Poderes de Luxkiev levem-me a origem da luz.
Então me deparei com uma escuridão sem par, maior que a da noite, então vi uma incomensurável bola de fogo a esquerda e uma grande rocha azul atrás de mim, eu estava sendo levada há uma espécie de navio que navegava por esta escuridão e era de lá a origem da luz, fui levada para dentro do navio, perguntei:
- O que está havendo?
Ele me respondeu numa língua incompreensível, mesmo sendo feiticeira jamais tinha ouvido nada parecido em nenhum idioma terrestre. Logo depois apareceu um outro sujeito com uma grande caixa metálica e através dela consegui entender o que os seres diziam:
- Você é a Sara?
- Sou sim e você quem é?
- Eu sou Krongvarius Estamiombus e estou aqui para pedir a sua ajuda.
- A minha ajuda, como eu poderia te ajudar.
- Você tem notado que a luz da qual você teve a curiosidade de saber a origem tem aparecido em muitas oportunidades.
- Sim, isto está acontecendo a cerca de um mês.
- Mês, o que é mês?
- É uma medida de tempo.
- Ah claro, eu li sobre isto na minha infância a cerca de 3 mil anos. o nosso povo contava o tempo assim, até que descobriram que não precisavam fazer isto, mas não vem ao caso agora. por algum motivo que eu desconheço estamos presos na sua galáxia neste lapso temporal.
- Galáxia, o que é galáxia?
- Olha Sara, a única coisa que preciso é que nos ajude a sair daqui. Você pode nos ajudar.
- Não sei para mim isto é muito novo. Nem sei ao certo onde estou. Como vocês sabem o meu nome?
- Na verdade eu posso ler a sua mente e sei que vocês pertencem a uma raça diferenciada e que vocês tem o poder de resolver este problema.
- Entendo, mas como isto aconteceu?
- Eu tenho uma teoria, acho que foi nossa culpa, estávamos viajando aos confins do universo, somos exploradores espaciais, viajamos pelos planetas para coletar informações em busca de conhecimento, recebemos um chamado para retornar ao nosso planeta o "Fasko", mas quando nos encaminhamos para lá entramos na velocidade da luz e uma falha mecânica nos prendeu neste lapso temporal dentro do quadrante de vocês, não temos como sair daqui e apesar de todo o nosso avanço tecnológico, nunca nos deparamos com um problema como este.
Como o leitor pode imaginar eu não entendia quase nada do que eles falavam, planeta, quadrante, galáxia, ainda hoje para mim é díficil entender, mas naquela oportunidade entendi como se sentem os exploradores, o conhecimento é a melhor coisa do mundo. Agora, eu tenho que preparar o jantar para os meus filhos, mas voltamos a conversar em breve.

Continua

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