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quinta-feira, novembro 03, 2011

Terapia Social II

Verônica acorda suavemente com uma balada do Elton John, esquenta o leite e vai pegar o cereal, percebe que acabou; então resolve tomar café na rua, perto da empresa, pede um pão com manteiga e um pingado enquanto abre seus grossos livros, dá uma espiada no relógio e vê que ainda tem tempo, quando chega o pedido, desgusta-o praticamente sem ver, levanta-se e vai para a "lida" como diria os antigos. Michael acorda com o seu vizinho trompetista, desde que se mudou para aquele condomínio sabia que não precisaria mais de despertador, Tadeu era um homem pontual exatamente às 7:30 da manhã começava a sua sinfonia que se Michael tivesse tempo saberia que duraria cerca de uma hora. Então veste a sua camisa que ele chamava de "jogadeira" e encaminha-se ao trabalho, sem café, esse negócio de tomar café da manhã é coisa de americano, estraga o apetite, Michael gostava de almoçar bem. Cerca de 10:00 horas da manhã Michael caminha pela empresa, levando um relatório a seu chefe, Michael era do DRH e o seu chefe havia pedido um relatório sobre uma funcionária de nome Verônica; está perdido em seus pensamentos quando dá um encontrão:
- Puxa vida, mil perdões moça.
- Não foi nada senhor. Michael.
- Eu...Eu...Eu... ainda não sei o seu nome.
- É Verônica.
- Isto é uma coincidência interessante.
- Por quê?
- Meu chefe, o senhor Cogliostro, pediu um relatório sobre você.
- É mesmo, será que ele vai me dispensar?
- Eu não sei, espero que não, pois trabalhando juntos quase não temos contato se você sair, talvez nunca mais a veja.
- Está tão ligado a mim assim?
- Não me entenda mal, Verônica, mas você é uma pessoa que sinto que posso confiar qualquer segredo.
- Puxa, acho que nunca ouvi isto antes sobre a minha pessoa.
- Que tal se almoçássemos hoje, aí poderíamos conversar melhor.
- Seria ótimo.
Na sala do chefe:
- Michael, espero que tenha mantido sigilo sobre este relatório.
- O senhor me conhece, senhor Cogliostro.
- É muito importante que esta conversa não deixe esta sala.
- Do que se trata senhor?
Mais tarde no almoço:
- Então, Michael, o que o seu chefe queria com o meu relatório?
- Não posso dizer.
- É coisa boa?
- Já disse, não posso dizer, meu emprego estaria em jogo.
- Mas é grave?
- Verônica!
- Tudo bem, deixa prá lá. Do que quer falar?
- Como vão os estudos?
- Vão bem, acho que estou pronta para passar no vestibular e cursar a faculdade de Direito.
- E você como vai com o controle da raiva?
- Acho que estou conseguindo lidar bem, agora já acho normal o meu vizinho começar a tocar trompete tão cedo.
- Ele faz isto é, acho que eu também ficaria nervosa se tivesse um vizinho assim.
- Você não parece ser o tipo de pessoa que criaria caso com um vizinho.
- Não, mas os meus são muito mais tranquilos. Você deu a entender que precisaria muito de mim. Do que você estava falando?
- Olha, de novo, não me entende mal, mas acho que pode salvar a minha vida, mas o meu interesse em você é só de amizade.
- Certo, então você não me acha desejável?
- Eu ofendi você?
- Não, acho isto natural, gosto de ter amigos, seria muito bom ter mais um.
- Então, não que você não seja desejável, mas como eu disse eu preciso me socializar para evitar este destempero que eu tenho.
- Entendo, não vai me contar sobre o relatório?
- Não.
- Que tal se você viesse jogar com a gente?
- Quantas pessoas tem neste "a gente"?
- Dez, quinze pessoas, depende de disponibilidade.
- Você não está em fase de estudo?
- Pois é, mas precisamos relaxar de vez em quando, senão a vida fica muito chata.
- Que jogo vocês jogam?
- Chama-se imagem e ação.
- Taí, seria ótimo fazer algo diferente. Aceito. Onde vai ser?
- Lá em casa, hoje às 7 da noite, está disponível?
- Sim, acho que vou adorar.
À noite, na casa de Verônica, a campainha toca:
- Oi Michael, não sabia que era tão pontual.
- É, eu sou assim, acho que é ansiedade. Não chegou ninguém?
- Não, mas na próxima meia hora o pessoal já deve estar aqui.
- Estou um pouco constrangido.
- É mesmo, por quê?
A campainha toca:
- Oi, Jussara, que bom que você veio, deixa eu apresentar o Michael.
- Como vai, Jussara?
- Michael, não é, de onde conhece a Verônica?
- Ah amiga, é uma história muito boa - Diz Verônica.




Continua

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