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segunda-feira, dezembro 05, 2011

Vultos Históricos do Paraná - Augusto Stresser

Nasceu no século XIX na atual rua Riachuelo em Curitiba, descendente de alemães, sendo o caçula dos sete filhos que seus pais tiveram. Seu pai foi o primeiro a fabricar telhas do tipo "Marselha", o governo havia lhe concedido o privilégio desta produção por 30 anos. Com um ano fora e desenganado pelo médico da família, foi salvo pelo Dr. Rocha Lima, médico particular da Imperatriz dona Thereza Christina Maria. Aos 3 anos, nova doença, suspeita de tifo, desta vez foi curado pelo médico homeopata Dr. João Manoel da Cunha. Apendeu a ler com a mãe, foi colega de Ginásio de Affonso Camargo que foi governador do Paraná em duas oportunidades no iníco do século XX. Sempre pintava e desenhava em seus intervalos de estudo. Aos oito anos se interessou pela música e fotografia e em pouco tempo aprendeu muito bem como manejar uma flauta que seu irmão dera a ele de presente.

Estudou flauta e contrabaixo. Seu gosto pela música fez de Augusto um dos fundadores do Grêmio Musical Carlos Gomes que foi criado em 28 de maio de 1893. Posteriormente, Augusto tocou na orquestra da Catedral Metropolitana de Curitiba. O gosto musical levou-o a tocar flauta, flautim, contrabaixo e piano e sua dedicação a música não o impediu de "navegar" em outras atividades artísticas, como: desenhista, pintor, poeta, fotografia, além de jornalista.

Como jornalista publicou, juntamente com Silveira Netto, um jornal ilustrado de cunho artístico: “O Guarany” (homenagem a obra de José de Alencar). Mais tarde, em parceria com Leite Junior, publicou o jornal "A Fanfarra" e também colaborou nos jornais "Diário da Tarde", de Curitiba e no "O Itiberê" de Paranaguá.

Ainda jovem tornou-se funcionário do "Estado" a ali trabalhou por quase toda a sua vida.

A música já fazia parte da vida de Augusto Stresser desde os seus primeiros anos e deste interesse nasceu o sonho: compor uma ópera genuinamente paranaense. Foi com o primo Jayme Ballão que Augusto começou a transformar este sonho em realidade. Ambos trabalharam em uma pequena ópera de dois atos; foi quando surgiu o problema da orquestração, pois Curitiba, no início do século XX, não contava com pessoal habilitado para tal serviço. Somente em 1911, quando a Companhia de Operetas Alemã Papke, regida pelo maestro Léo Kessler, dissolve-se após algumas apresentações no antigo Theatro Guayra, é que Jayme e Augusto executam a orquestração com o auxilio de Léo. Nesta finalização a ópera sofreu algumas alterações e ganha o acréscimo de um ato.

Batizada de "Sidéria" em homenagem a sua filha, Augusto estreou a primeira ópera do Paraná em 3 de maio de 1912 no Theatro Guayra, com grande sucesso.

A ópera conta o amor trágico de uma jovem em meio à Revolução Federalista.

Interpretado por um elenco amador, a ópera teve a seguinte formação em sua estréia:

* SIDÉRIA - Marietta Bezerra (soprano);

* THYLDE - Josepha Correia de Freitas (soprano);

* ALCEU - Jorge Wucherpfenning (tenor e único profissional, remanescente da Companhia de Opereta Alemã Papke);

* PAULO - Constante Fruet (barítono)(Pai de Maurício Fruet) ;

* JUVENAL - Jorge Leitner (tenor);

* CAMPONESA - Ana Kirchgaessner (mezzosoprano);

* CAMPONESES - José Buzetti Mori e Luis Romanó.

Além de Sidéria, Augusto assinou a mazurca Pérolas da Noite, a fantasia Prelúdio e um hino em homenagem ao cinqüentenário do Paraná.

Augusto Stresser casou-se com Ernestina Gaertner e tiveram oito filhos: Cecília, Ary, Zuleika, Adherbal Stresser, Sidéria, Gastão, Guiomar e Milton.

Um dos seus filhos, o jornalista Adherbal Stresser foi pioneiro da televisão no Paraná, tendo sido fundador dos Diários Associados de Assis Chateaubriand no estado. A TV Paraná, canal 6, foi a primeira emissora a transmitir o sinal de televisão, com áudio, no estado. O neto do compositor Augusto Stresser, o também jornalista, Ronald Sanson Stresser continuou o trabalho de seu pai, e dirigiu as emissoras da Rede Tupi no Paraná. TV Paraná, canal 6 de Curitiba e TV Coroados, canal 3 de Londrina. Ronald foi o responsável pela construção do prédio da televisão em Curitiba, projetado pelo arquiteto Lubomir Ficinski Dunin. Neste local também funcionou o jornal Diário do Paraná, também de propriedade dos Stresser, até 1980. O prédio que abrigou a emissora, em Curitiba, foi reformado durante o governo Jaime Lerner e se tornou o Canal da Música.

Augusto Stresser é bisavô da atriz Guta Stresser e do produtor Ronald Sanson Stresser Jr.

Augusto Stresser faleceu no dia 18 de novembro de 1918, aos 47 anos de idade, vítima da gripe espanhola.

São inúmeras as homenagens ao curitibano ilustre, porém, a sua cidade natal batizou com o nome do compositor a Biblioteca Augusto Stresser e também uma via do bairro Hugo Lange de Rua Augusto Stresser; homenagem idêntica foi concedida pela cidade de São José dos Pinhais em uma das ruas do bairro Independência.

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